Para compreendermos as
faculdades mediúnicas, propriamente ditas, é preciso considerar os seguintes
aspectos como base elementar para tal entendimento:
· Somos
espíritos encarnados enquanto estivermos vivos;
· Quando o
corpo físico morre, continuamos a ser ESPÍRITOS, porém, desencarnados;
· Com a morte,
o espírito se separa do corpo físico para viver no mundo espiritual;
· O meio do
qual nos utilizamos para fazer contato com os espíritos desencarnados é a
Mediunidade. Allan Kardec
explica que a prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e
o mundo espiritual.
· Segundo
ainda Kardec, em O Livro dos Médiuns, todo aquele que sente, num grau qualquer,
a influência dos espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente
ao homem.
A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres
humanos, tanto quanto a faculdade de respirar o é. Durante o exercício de
qualquer faculdade mediúnica ocorre uma interação psico-fisiológica, entre o
médium e o espírito comunicante. Assim, se a alma se manifesta através do
organismo, age e reage por meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica tem raízes orgânicas e é acionada pela alma (ser
inteligente).
Há vários tipos de faculdades
mediúnicas, mas abordaremos a seguir apenas uma delas que é a Psicografia
O que é Psicografia?
Psicografia é a faculdade
em que os médiuns, sob a atuação de espíritos comunicantes, escreverem com a
própria mão.
As Psicografias podem ser de três tipos, segundo Allan Kardec:
· mecânica,
· intuitiva,
· semi-mecânica ou inspirada.
Qualquer espírito pode se comunicar por meio
da Psicografia, porém é
necessário que ocorra na comunicação mediúnica os seguintes aspectos:
· será sempre necessário que o
espírito que se comunica seja merecedor; assim como deve ser merecedor o
médium.
· É necessário haver afinidade
entre o espírito comunicante e o aparelho mediúnico, para que haja uma sintonia
viabilizando a comunicação.
Como se dá essa comunicação entre o
médium Psicógrafo e o espírito comunicante?
Médiuns
Intuitivos atuando na Psicografia
· Representando 70% dos médiuns
psicógrafos
· Não abandona o corpo físico no
momento em que escreve as mensagens dos espíritos.
· O espírito não atua sobre a mão
para movê-la, atua sobre a alma do médium, identificando-se com ela e lhe
transmitindo suas ideias e vontades. O médium as capta e, voluntariamente,
escreve.
· Portanto, tem conhecimento
antecipado, mas o que escreve não é seu.
· Age como um intérprete que, para transmitir o
pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele e traduzi-lo. O pensamento
não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.
· No início, o médium confunde com
seu próprio pensamento e as mensagens, às vezes, extrapolam o conhecimento do
médium.
Médiuns
Semi-mecânicos atuando na Psicografia
· Representam 28% dos médiuns
psicógrafos,
· Também não abandonam o corpo
físico ao escreverem as mensagens. O espírito atua sobre a mão do médium, que
não perde o controle desta mas recebe uma espécie de impulsão.
· O médium participa tanto da
mediunidade mecânica como da intuitiva, pois escreve recebendo parte do
pensamento dos espíritos pela comunicação e contato perispiritual, ao mesmo
tempo em que outra parte é articulada pelos comunicantes, independentemente de
sua vontade.
· Têm consciência do que escrevem à
medida que as palavras vão sendo escritas.
· O médium tem um conhecimento
parcial daquilo que lhe atravessa o cérebro perispiritual, mas passa a ignorar
os trechos que lhe são escritos mecanicamente, sem fluir pelo cérebro físico.
Médiuns Mecânicos
atuando na Psicografia
· Caso raro entre os médiuns psicógrafos (2%),
· Caso raro entre os médiuns psicógrafos (2%),
· Não abandonam o corpo físico no
momento de escrever as mensagens.
· O espírito desencarnado atua
sobre gânglios nervosos a altura do omoplata e, dessa forma, age diretamente sobre a mão do
médium, impulsionando-a. Esse impulso independe da vontade do médium, ou seja,
enquanto o espírito tem alguma coisa a escrever, movimenta a mão do médium sem
interrupção.
· Certos médiuns mecânicos chegam a
trabalhar com ambas as mãos ao mesmo tempo e sob a ação simultânea de duas
entidades.
· O médium mecânico não sabe o que
sua mão escreve. Somente depois, ao ler, é que ele vai tomar conhecimento da
mensagem.
· A escrita mecânica costuma ser
célere, muito rápida.
As Psicografias podem se apresentar de duas formas:
PSICOGRAFIA ESPONTÂNEA
É quando não citamos um
determinado nome, mas quando pedimos a presença e a assistência de nossos
mentores e guias espirituais. A Codificação nos ensina que toda a prece é uma
invocação, e invocar é chamar através da oração, pedir um socorro, um auxílio
ou uma proteção; ou seja, é evocar através do pensamento, e o médium escreve a
mensagem dita pelo espírito comunicante.
PSICOGRAFIA DE EVOCAÇÃO
É aquela em que citamos o
nome de determinado espírito, evocando-o de uma forma pessoal. Temos que tomar
muito cuidado com este tipo, pois se mal usado ou orientado pode transformar a
nossa reunião mediúnica em sala de consultas, objetivando mais o interesse
pessoal do que a caridade evangélica. E que em seguida o médium escreve a
mensagem dita pelo espírito.
Embora possamos evocar
todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam: os bons e
os maus, isto não quer dizer que todos vão atender os nossos chamados. Eles
virão conforme a nossa evolução, a necessidade e a seriedade do trabalho
proposto.
Como se dá o desenvolvimento dessa faculdade mediúnica da Psicografia ou Escrita?
Como se dá o desenvolvimento dessa faculdade mediúnica da Psicografia ou Escrita?
Em O Livro dos Médiuns, no capítulo
Desenvolvimento da Mediunidade – Médiuns escreventes ou psicógrafos, no item
formação dos médiuns escreventes, Allan Kardec afirma que esse gênero de
mediunidade é a que mais se expandiu, por ser mais
simples, mais cômodo, e que proporciona
resultados mais satisfatórios e mais completos.
É
possível saber se temos essa faculdade mediúnica?
Kardec afirma que infelizmente não há, até o presente, nenhum
meio de diagnosticar, mesmo de maneira aproximativa, que se possui essa faculdade.
Os sinais físicos que alguns tomam por indícios nada têm de certo.
Não há uma condição específica para se tornar um Médium psicógrafo. Essa faculdade pode surgir nas crianças e nos velhos, nos homens e nas
mulheres, qualquer que seja o temperamento, o estado de saúde ou o grau de
desenvolvimento intelectual e moral. Só há um
meio de constatar a sua existência: é experimentar.
O ato de psicografar ocorre de forma muito simples. Consiste
unicamente em pegar-se um lápis e papel e pôr-se em posição de escrever, sem
qualquer outra preparação. Mas, para se conseguir bons resultados, são
indispensáveis muitas recomendações.
A prática do desenvolvimento desta faculdade mediúnica ocorre através do exercício.
Nada mais resta então a fazer, senão
isto: renovar todos os dias a tentativa, durante dez minutos, um quarto
de hora ou mais de cada vez, durante quinze dias, um mês, dois meses e mais se necessário. Conhecemos
médiuns que só se formaram depois de seis meses de exercício, enquanto outros
escrevem corretamente desde a primeira vez.
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