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01/04/2016

Psicografia

Para compreendermos as faculdades mediúnicas, propriamente ditas, é preciso considerar os seguintes aspectos como base elementar para tal entendimento:
·       Somos espíritos encarnados enquanto estivermos vivos;
·       Quando o corpo físico morre, continuamos a ser ESPÍRITOS, porém, desencarnados;
·       Com a morte, o espírito se separa do corpo físico para viver no mundo espiritual;
·       O meio do qual nos utilizamos para fazer contato com os espíritos desencarnados é a Mediunidade. Allan Kardec explica que a prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual.
·       Segundo ainda Kardec, em O Livro dos Médiuns, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem.
A faculdade mediúnica é um dom inerente a todos os seres humanos, tanto quanto a faculdade de respirar o é. Durante o exercício de qualquer faculdade mediúnica ocorre uma interação psico-fisiológica, entre o médium e o espírito comunicante. Assim, se a alma se manifesta através do organismo, age e reage por meio deste, podemos concluir que a faculdade mediúnica tem raízes orgânicas e é acionada pela alma (ser inteligente).
Há vários tipos de faculdades mediúnicas, mas abordaremos a seguir apenas uma delas que é a Psicografia
O que é Psicografia?
Psicografia é a faculdade em que os médiuns, sob a atuação de espíritos comunicantes, escreverem com a própria mão.
As Psicografias podem ser de três tipos, segundo Allan Kardec:
·       mecânica,
·        intuitiva,
·        semi-mecânica ou inspirada.
Qualquer espírito pode se comunicar por meio da Psicografia, porém é necessário que ocorra na comunicação mediúnica os seguintes aspectos:
·       será sempre necessário que o espírito que se comunica seja merecedor; assim como deve ser merecedor o médium.
·       É necessário haver afinidade entre o espírito comunicante e o aparelho mediúnico, para que haja uma sintonia viabilizando a comunicação.
Como se dá essa comunicação entre o médium Psicógrafo e o espírito comunicante?
Médiuns Intuitivos atuando na Psicografia
·       Representando 70% dos médiuns psicógrafos
·       Não abandona o corpo físico no momento em que escreve as mensagens dos espíritos.
·       O espírito não atua sobre a mão para movê-la, atua sobre a alma do médium, identificando-se com ela e lhe transmitindo suas ideias e vontades. O médium as capta e, voluntariamente, escreve.
·       Portanto, tem conhecimento antecipado, mas o que escreve não é seu.
·        Age como um intérprete que, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele e traduzi-lo. O pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.
·       No início, o médium confunde com seu próprio pensamento e as mensagens, às vezes, extrapolam o conhecimento do médium.
 
Médiuns Semi-mecânicos atuando na Psicografia
·       Representam 28% dos médiuns psicógrafos,
·       Também não abandonam o corpo físico ao escreverem as mensagens. O espírito atua sobre a mão do médium, que não perde o controle desta mas recebe uma espécie de impulsão.
·       O médium participa tanto da mediunidade mecânica como da intuitiva, pois escreve recebendo parte do pensamento dos espíritos pela comunicação e contato perispiritual, ao mesmo tempo em que outra parte é articulada pelos comunicantes, independentemente de sua vontade.
·       Têm consciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas.
·       O médium tem um conhecimento parcial daquilo que lhe atravessa o cérebro perispiritual, mas passa a ignorar os trechos que lhe são escritos mecanicamente, sem fluir pelo cérebro físico.
Médiuns Mecânicos atuando na Psicografia
·       Caso raro entre os médiuns psicógrafos (2%),
·       Não abandonam o corpo físico no momento de escrever as mensagens.
·       O espírito desencarnado atua sobre gânglios nervosos a altura do omoplata e, dessa forma, age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Esse impulso independe da vontade do médium, ou seja, enquanto o espírito tem alguma coisa a escrever, movimenta a mão do médium sem interrupção.
·       Certos médiuns mecânicos chegam a trabalhar com ambas as mãos ao mesmo tempo e sob a ação simultânea de duas entidades.
·       O médium mecânico não sabe o que sua mão escreve. Somente depois, ao ler, é que ele vai tomar conhecimento da mensagem.
·       A escrita mecânica costuma ser célere, muito rápida.
As Psicografias podem se apresentar de duas formas:
PSICOGRAFIA ESPONTÂNEA
É quando não citamos um determinado nome, mas quando pedimos a presença e a assistência de nossos mentores e guias espirituais. A Codificação nos ensina que toda a prece é uma invocação, e invocar é chamar através da oração, pedir um socorro, um auxílio ou uma proteção; ou seja, é evocar através do pensamento, e o médium escreve a mensagem dita pelo espírito comunicante.

PSICOGRAFIA DE EVOCAÇÃO
É aquela em que citamos o nome de determinado espírito, evocando-o de uma forma pessoal. Temos que tomar muito cuidado com este tipo, pois se mal usado ou orientado pode transformar a nossa reunião mediúnica em sala de consultas, objetivando mais o interesse pessoal do que a caridade evangélica. E que em seguida o médium escreve a mensagem dita pelo espírito.
Embora possamos evocar todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam: os bons e os maus, isto não quer dizer que todos vão atender os nossos chamados. Eles virão conforme a nossa evolução, a necessidade e a seriedade do trabalho proposto.

Como se dá o desenvolvimento dessa faculdade mediúnica da Psicografia ou Escrita?
Em O Livro dos Médiuns, no capítulo Desenvolvimento da Mediunidade – Médiuns escreventes ou psicógrafos, no item formação dos médiuns escreventes, Allan Kardec afirma que esse gênero de mediunidade é a que mais se expandiu, por ser mais simples,  mais cômodo, e que proporciona resultados mais satisfatórios e mais completos. 
É possível saber se temos essa faculdade mediúnica?
Kardec afirma que infelizmente não há, até o presente, nenhum meio de diagnosticar, mesmo de maneira aproximativa, que se possui essa faculdade. Os sinais físicos que alguns tomam por indícios nada têm de certo.
 Não há uma condição específica para se tornar um Médium psicógrafo. Essa faculdade pode surgir nas crianças e nos velhos, nos homens e nas mulheres, qualquer que seja o temperamento, o estado de saúde ou o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Só há um meio de constatar a sua existência: é experimentar.
O ato de psicografar ocorre  de forma muito simples. Consiste unicamente em pegar-se um lápis e papel e pôr-se em posição de escrever, sem qualquer outra preparação. Mas, para se conseguir bons resultados, são indispensáveis muitas recomendações.
 
A prática do desenvolvimento desta faculdade mediúnica ocorre através do exercício.
Nada mais resta então a fazer, senão isto: renovar todos os dias a tentativa, durante dez minutos, um quarto de hora ou mais de cada vez, durante quinze dias, um mês, dois meses e mais se necessário. Conhecemos médiuns que só se formaram depois de seis meses de exercício, enquanto outros escrevem corretamente desde a primeira vez.
 

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