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A Casa da Caridade Irmã Elisabete é uma instituição espírita filantrópica, fundada em 20/03/2000 por Lívia Pereira Santos (in memorian). Sem fins lucrativos, depende de doações para manutenção de suas atividades sociais e despesas. Agradecemos a colaboração!

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Esse blog tem por objetivo a difusão primeira do ESPIRITISMO, fundamentada nos princípios básicos da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.

28/05/2017

Ensinamentos de Jesus

Grupo de Psicografia Auta de Souza

Filhos queridos, o Pai Celestial é a razão única de nosso ser, do nosso existir, do nosso viver.

Lancemos um olhar aos céus e lembremos dos ensinamentos do Cristo que com todo o seu amor e glória sofreu as iniquidades e desequilíbrios humanos que o colocou em sacrifício na cruz. Ainda assim, Jesus nos amou, nos perdoou e até os dias de hoje, Ele nos orienta na sua infinita sabedoria de amor. Portanto, meus filhos:

·       Amem indiscriminadamente, com toda a força de seus corações aflitos;

·       Reflitam a necessidade de se modificarem no bem e construírem valores morais éticos, edificantes para a sua caminhada; vigiem as energias que circundam em nossos caminhos, nos colocando a prova em desalinho com o equilíbrio emocional que o Pai quer de ti;

·       Estudem para o próprio e único bem. Conheçam essa doutrina de amor que o Pai construiu para vocês como guia único para o exercício cristão de amor; sejam indulgentes com aqueles que cruzam os seus caminhos para instigar a discórdia e o desequilíbrio. Cale-se diante dele e ali mesmo, ore a Deus, aos Amigos Espirituais, para agirem em seu socorro e no dele também;

·       Clamem sempre pela misericórdia divina que ela está sempre movimentando as energias sublimes do amor e da bondade para interceder aos filhos do Pai que escolheram o caminho do amor, da bondade e da justiça.

Deus os abençoe!

Pelo espírito Irmã Tereza.
Psicografia de Alessandra Uzêda
Em 22 de fevereiro de 2016

O Perdão

Grupo de Psicografia Auta de Souza

O perdão é a chave para a libertação do ser, não só do ser espiritual, mas do ser humano propriamente dito, pois que é na carne que se estabelecem as relações de troca de afinidades e desafetos nos quais se pratica o exercício do perdão.

É na escola da vida que podemos exercer a mais difícil condição, que é a de perdoar, mas tão necessário é o perdão para a vida!

Não há evolução sem perdão. O espírito que não consegue perdoar fica preso aos ressentimentos, carregam o coração com o peso da mágoa e deixam em si feridas profundas causadas pelo rancor. Eis o preço da libertação do ser meus filhos: aprender a perdoar com o coração; aprender a compreender as limitações de seus irmãos; aprender a se doar ao outro porque perdoar é doação, é caridade, é amor.

As coisas poderiam ser vistas de uma forma mais simples na vida dos encarnados, para que muitas situações fossem remediadas e relevadas entre vocês.

É preciso refletir a questão do perdão sem o sentimento do orgulho que te faz pensar que perdoando ou pedindo perdão estarás se humilhando. Não meus filhos, perdoar e pedir perdão são, respectivamente, amar e agir com a nobreza da alma.

O difícil não é perdoar ou pedir perdão. O mais difícil está na situação que antecede o ato de perdoar ou pedir o perdão, porque exige o encontro entre as almas afins, exige o diálogo entre os desafetos, e acima de tudo, exige coragem para o enfrentamento com humildade no coração. Virtude de poucos na Terra!

Muitos fogem, se distanciam, ignoram e até se tornam indiferentes àqueles com os quais precisam ajustar os desafetos. Sejamos inteligentes, fortes, perseverantes meus filhos. 

A Terra não tem mais lugar para fuga das soluções dos problemas. Vocês espíritas, que estudam, e que embora melindram em muitas das situações de suas caminhadas, precisam acordar para a necessidade de enfrentamento das situações que exigem diálogo, compreensão, concessão, caridade e entendimento.

Sabeis que as causas para estes conflitos muitas vezes não estão nesta vida e é esta consciência da pluralidade das existências que o faz capaz de pensar, refletir e enfrentar situações de conflitos que exigem de cada um de vocês o pedido de perdão ou simplesmente o ato de perdoar. A força está no espiritual, nos irmãos que estão a todo instante sinalizando-os  para as oportunidades de aprendizado e crescimento.

A transição já começou e os trabalhadores da última hora engrossam as fileiras do bom senso, da razão , da justiça e da verdade que precisa prevalecer nesse Planeta de provas e expiações.

É preciso que todos façam uma assepsia na alma, expurgando os fluidos densos que carregam em virtude desses sentimentos muitas vezes movidos pelo fato de acharem que têm razão, mas, e o que é a razão, senão a visão individual de cada um? A razão e a verdade são o olhar individualizado para o fato. Há duas virtudes que precisam colocar em meio a razão e a verdade: o bom-senso e a indulgência. Aí todos perceberão que nem sempre somos donos da razão de fato.

Coragem meus filhos! 

Pelo espírito Irmã Tereza
Psicografia de Alessandra Uzêda
Em 15 de fevereiro de 2016

Dificuldade e Evolução - Grupo de Psicografia Auta de Souza

A dificuldade é o meio pelo qual todos crescemos. É preciso compreender as dificuldades como necessidade de vivência e êxito. 

Que as famílias se fortaleçam unidas pelas dificuldades que a vida lhes apresenta, sem resmungar, sem se lamentar, sem se vitimizar.

Estamos à prova a todo instante e sabendo que a caminhada de encarnado na escola da vida é curta, estejamos atentos para lidarmos com estas, da melhor maneira possível, não deixando de fora a serenidade, o bom-senso e o amor.

Que Deus abençoe a todos!

Pelo Espírito Irmã Tereza
Psicografia de Alessandra Uzêda
Em 18 de janeiro de 2016

12ª Aula Parte A - FIXAÇÃO MENTAL

Mecanismo da Fixação Mental Dramas do Espírito 
Mecanismo da Mente Humana  

O homem é responsável pelo seu pensamento perante Deus, e somente Deus podendo conhecê-lo, aplica-lhe a pena ou absolve-o, segundo a sua justiça. (LE-834) 

“Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no Campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo intimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção”. (“Pão Nosso” - Emmanuel, lição 15) 

A fixação mental é o estado em que se encontra o Espírito, encarnado ou desencarnado em decorrência de um acontecimento, e cujo organismo psíquico se acha dominado por uma idéia da qual não consegue se desvencilhar. A criatura afetada pela fixação, “não se interessa por outro assunto a não ser o da própria dor Isola-se do mundo externo, vibrando tão somente ao redor do desequilíbrio oculto em que se compraz. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da esfera desvairada de si mesma”. 

O mecanismo da fixação mental “Os sofrimentos são o resultado dos laços que ainda existem entre o Espírito e a matéria. Quanto mais ele estiver desligado da influência da matéria, quanto mais desmaterializado, menos sensação penosa sofrerá. (...) Que dome as suas paixões animais: que não tenha ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; que não se deixe dominar pelo egoísmo; que purifique sua alma, pelos bons sentimentos; que pratique o bem; que não dê as coisas deste mundo senão a importância que elas merecem; e, então, mesmo sob o seu envoltório corpóreo, já se terá purificado, desprendido da matéria, e quando o deixar, não sofrerá mais a sua influência” (L.E., 257). 
“Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser ressarcida; se não o forem uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si”. A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão por si mesmo preparada na vida corpórea. (A. Kardec - O Céu e o Inferno, Cap. VII, 1a Parte - Código penal da vida futura, itens 9o e 28°). 

Quando o Espírito que reconhece sua culpa se fixa mentalmente no ato que cometeu, passa a emitir pensamentos de remorso que é um sentimento destruidor. A idéia fixa pode durar séculos e até milênios, estagnando a vida mental no tempo. 

Hilário, companheiro do Espírito André Luiz, com dificuldade para penetrar os enigmas da cristalização da alma em torno de certas situações e sentimentos, faz as seguintes perguntas ao Assistente Aulus. - Como pode a mente deter-se em determinadas impressões, demorando-se nelas, como se o tempo para ela não caminhasse? - E o problema da imobilização da alma? O interpelado ouviu com atenção e prosseguiu explicando conforme se observa no Capitulo 25 do livro: “Nos Domínios da Mediunidade” 

Encontramos no livro O Céu e o Inferno 2ª Parte (Exemplos), depoimentos de Espíritos como o do avarento identificado por François Riquier que se fixou na busca de seu dinheiro - (Cap. IV “Espíritos Sofredores”) ou o do Espírito Castelnaudary, condenado a morar na casa onde cometeu seus crimes (Cap. VI - “Criminosos Arrependidos”). 

Dramas do Espírito Na erraticidade, “numerosos Espíritos ai flutuam indecisos entre 0justo e o injusto, entre a verdade e o erro, entre a sombra e a luz. Outros estão sepultados no insulamento, na obscuridade, na tristeza, sempre a procura de uma benevolência, de uma simpatia que podem encontrar”. 

O Espírito sofre as consequências naturais de seus atos, que recaindo sobre ele próprio, o glorificam ou acabrunham. O ser padece na vida de além-túmulo não S6 pelo mal que fez, mas também por sua inação e fraqueza. (Léon Denis - Depois da Morte, Caps. XXXIV e XXXVI) 

André Luiz em Obreiros da Vida Eterna, Cap. VIII (Treva e sofrimento) comenta a pregação de Hipólito no momento que ele diz: “O estacionamento, após esforço destrutivo, estabelece clima propicio aos fantasmas de toda sorte, fantasmas que torturam a mente que os gerou, levando-a a pesadelos cruéis. Cavamos poços abismais de padecimentos torturantes, pela intensidade do remorso de nossas misérias íntimas. (...) De um lado, a falência gritante; do Outro, o desafio da vida eterna”. 
Mecanismo da mente humana  “A mente é a casa do Espírito. Como acontece a vivenda, ela possui muitos compartimentos com serventia para atividades diversas. Às vezes, sobrecarregarmos as dependências de nosso lar interior com idéias positivamente inadequadas as nossas necessidades”. (“Alma e Coração” - Emmanuel/F. C. Xavier). 

“Cada mente é como se fora um mundo de per si, respirando nas ondas criativas que despede - ou na psicosfera em que gravita para esse ou aquele objetivo sentimental, conforme os próprios desejos sem o que a lei de responsabilidade não subsistiria”. O pensamento age e reage carreando para o emissor todas as fecundações, felizes ou infelizes que arremessa de si próprio, a determinar para cada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe. Enquanto se não aprimore, é certo que o Espírito padecerá, em seu instrumento de manifestação, a resultante dos próprios erros. (Mecanismos da Mediunidade - A. Luiz, Caps. XVII e XXIV) 

Nos Domínios da Mediunidade diz Aulus: (...) Quando não nos esforçamos por superar a câmara lenta da angustia, a idéia aflitiva ou obcecante nos corrói a vida mental, levando-nos a fixação. 

André Luiz, no cap. XVI de Evolução em Dois Mundos, falando do mecanismo da mente explica: Alma e corpo assemelham-se ao musicista e seu instrumento. Conjugam-se um com o outro para a execução do trabalho que a vida lhes reserva. A alma é direção e o corpo obediência, é da Lei Divina que o homem receba em si mesmo o fruto da plantação que realizou, e de seu próprio comportamento retira o bem ou o mal que, lançando ao caminho, estará impondo a si mesmo. 

O Espírito não pode esquecer a sublimação de si mesmo, que é amais alta vitória no processo de regeneração. Não deve também cultivar os sentimentos negativos de culpa e remorso que poderio levá-lo a um estado de fixação mental. Arrepender-se da prática danosa e perseguir a reparação é o remédio. Por estas razões é que o apóstolo Paulo adverte aos cristãos de Filipos: “uma coisa faço: esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus” (Epístola aos Filipenses, 3:13). 

Bibliografia: KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: pergs. 229, 257, 834, 965 a 972-a XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade; Cap.25 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Caps. XVII e XXIV XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Evolução em Dois Mundos: Cap. XVI KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV item 16 KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno: Caps. IV (Espíritos Sofredores) e VI (Criminosos Arrependidos) XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Pão Nosso: Lição 15 DENIS, Leon. Depois da Morte: Caps. XXXIV e XXXVI XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Obreiros da Vida Eterna A Bíblia de Jerusalém. Epístola aos Filipenses: cap. 3, versículo 13 XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Alma e Coração: lição 11 (Tua Mente) 

Parte B - NECESSIDADE DA REENCARNAÇÃO - VIAGEM DA VIDA 

A volta do Espírito ao mundo corpóreo é conhecida desde os tempos remotos. Egípcios, os Hindus e os Gregos sabiam que a alma poderia voltar a Terra, usando um novo corpo. 

O Espírito não se purifica senão com vagar e as diversas encarnações são os alambiques em cujo fundo ele deixa, de cada vez, suas impurezas. 

A reencarnação é a mais excelente demonstração da Justiça Divina, em relação aos infratores das Leis, na trajetória humana, facultando lhes a oportunidade de ressarcirem numa as falhas cometidas em existências anteriores. A evolução é impositiva da Lei de Deus, incessante, inquestionável. Nessa Lei não existe o repouso, o desinteresse, a inércia. Por toda a Parte e sempre o impositivo da evolução, o imperativo do progresso. Ela enseja, mediante processo racional, a depuração do Espírito que evolve, contribuindo simultaneamente para o aperfeiçoamento e a sutilidade da própria organização física, nos milênios contínuos da evolução. 

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, defende com argumentação irretorquível, o imperativo da reencarnação sob a ótica da justiça e da misericórdia de Deus. (L.E. item 222). Mas foi Jesus, indubitavelmente, quem melhor afirmou a necessidade da reencarnação, a fim de que o homem possa atingir o Reino de Deus. Em seu diálogo com Nicodemos (João, III 1-12) asseverou que o retorno a organização física para reparar e aprender, nascendo “do corpo e do Espírito”, repetindo as experiências que a necessidade impõe para a própria redenção. Não obstante Nicodemos interrogar: como tal seria possível, retomar ao ventre materno?, o Senhor assegurou-o, interrogando-o, a seu turno: como seria crível que ele doutor em Jerusalém, ignorasse aquilo, que era conhecido pelos estudiosos e pelos profetas?! 

Posteriormente, respondendo as perguntas dos discípulos (Mateus, 17:10-13), ao descer do Tabor, após a transfiguração. Reiterou que o Elias esperado, “aquele que havia de vir, já viera”, facultando aos discípulos que entenderam ser de “João Batista que Ele falara”. Somente pela reencarnação e não através da ressurreição João Batista poderia ser Elias, o Profeta querido de Israel. 

Jesus não modificou nem o ensino dos profetas nem o estabelecido pela Lei Antiga. Os adotou, acrescentando a sublime Lei do Amor, como sendo a única que poderia facultar ao homem a paz e a felicidade almejadas, propiciando-lhes desde a Terra, o sonhado Reino de Deus. 

“Quando Jesus nos convocou a perfeição, conhecia claramente a carga de falhas e deficiências de que estamos ainda debitados perante a Contabilidade da vida. (...) Somos criaturas humanas, a caminho da sublimação necessária e, nessa condição, errar e corrigir-nos para acertar sempre mais, são impositivos de nosso roteiro”. (Emmanuel - “Alma e Coração”, lição 54) 

Bibliografia: KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos: item 222 KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. IV “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo. KARDEC, Allan. GE: Cap. 11, item 35 XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Alma e Coração: lição 54 PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM  

Questões para reflexão: 
1) Explique o mecanismo da fixação mental. 
2) Faça o seu comentário sobre o mecanismo da mente humana.
 3) Descreva o que você entendeu sobre a necessidade da reencarnação. 
4) Descreva sobre o efeito da Lei de Amor na evolução das almas.  

Parte C - DPM - QUINTA FASE – MANIFESTAÇÃO 

Esta fase é a finalização do processo, onde o Espírito comunicante se manifesta através de um médium que lhe permite a manifestação, seja pela forma verbal (psicofonia ou incorporação) ou escrita (psicografia), sendo pela forma consciente (telepática-ligação mente a mente), semi-consciente (ligação perispiritual entre ambos) ou inconsciente (transe sonambúlico e transe letárgico). 
Nesta fase o médium encontra-se na fase do envolvimento, com o Espírito comunicante já enviando a mensagem, bastando ao médium transmiti-la conforme a orientação do Dirigente de classe seja verbal ou escrita.

As idéias em forma de ondulações são recebidas pelo médium, interpretadas, ampliadas, trabalhadas e retransmitidas através do cérebro físico, sistema nervoso, órgãos da palavra (comunicação oral), braço e mão (comunicação escrita). Nesta fase de aprendizado primário, trabalhamos somente com os Benfeitores Espirituais. 

O dirigente da classe orienta os alunos da necessidade constante de cuidar de sua educação mediúnica através dos três aspectos vistos anteriormente, necessários ao seu aprimoramento mediúnico, que são: Aspecto Intelectual (Instruir-se na Doutrina Espírita, para obter conhecimentos especializados sobre mediunidade); Aspecto Moral (Evangelização do Médium, Renovação Interior, Evangelho no Lar); Aspecto Técnico (Refere-se à pratica, à técnica, ao adestramento de suas faculdades, para adquirir flexibilidade mediúnica, auto -controle, agindo com eficiência). 

O Dirigente da classe pede aos Benfeitores Espirituais que atuem nos médiuns acentuando sua ação em cada fase, dando o tempo necessário até o envolvimento, e na manifestação pedir que eles transmitam aos médiuns uma mensagem rápida, sendo uma ou duas palavras, no máximo uma frase, auxiliando assim aos médiuns em sua educação mediúnica. 

# Pensamento elevado e sintonizado na tarefa nos dará nitidez da mensagem # 

FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO 

11a Aula Parte A - ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Animismo: sistema fisiológico que considera a alma como causa primaria de todos os fatos intelectuais e vitais (do latim: anima = alma +ismo + doutrina). 

George Ernst Sthal (1660-1734) médico e químico alemão refutou o estudo, em medicina, da anatomia, da filosofia e da química, por entender que a cura de um doente estava baseada na alma. Assim , estabeleceu o sistema que se tornou célebre pelo nome de animismo. 

O Espiritismo, desde o inicio, expõe o fenômeno anímico como à manifestação da alma do médium, portanto, em conceituação diferente daquela fixada por Stahl. A alma do médium pode manifestar-se como qualquer outro Espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de Espírito e fala como tal e não como encarnado. 

Devemos lembrar que, o perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas as percepção das coisas materiais, pelo sentido espiritual , ou psíquico, elas se generalizam: o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico. (GE. Cap. XIV item 22) 

Kardec conta-nos um fato anímico: Um senhor, habitante da província, nunca quis casar-se, malgrado as instancias de sua família. Um dia, estando em seu quarto, ficou admiradíssimo de se ver em presença de uma jovem, vestida de branco, e a cabeça ornada com uma coroa de flores. Surpreso com essa aparição, e estando seguro de que estava acordado, informou-se se alguém tinha vindo nesse dia; mas lhe disseram que pessoa alguma fora vista. Um ano depois cedendo às novas solicitações de uma parenta, decidiu ir ver a jovem que lhes propunham. Chegou no dia de Corpus Christi, e, quando voltava da procissão, uma das primeiras pessoas que vê (entrando na casa e uma jovem que reconhece como sendo a que lhe tinha aparecido; estava vestida do mesmo modo. Ele ficou desorientado e, de sua parte, a jovem soltou um grito de surpresa e sentiu-se mal. Voltando a si, disse: eu já tinha visto esse senhor em igual dia do ano precedente. Isso foi em 1835. (LM, Cap. VII, item 117). 

Ernesto Bozano em seu livro - “Animismo ou Espiritismo‘?” Cap. III esclarece que, as comunicações mediúnicas entre vivos (fenômenos anímicos) provam a realidade das comunicações mediúnicas com os desencarnados (fenômenos espíritas). 

Os Espíritos Erasto e Timóteo, explicam: “O médium, no momento em que exerce sua faculdade, o seu estado não difere sensivelmente do estado normal, sobretudo nos médiuns escreventes. Acrescenta que, a alma do médium pode se comunicar como a de qualquer outro” (LM. Cap. XIX, item 223). Cada médium revestirá o pensamento recebido com suas próprias palavras, e Kardec ressalta que “a expressão desse pensamento pode e deve mesmo mais frequentemente, ressentir-se da imperfeição desses meios” (LM, Cap. XIX, item 224). 

“Como um médium cuja inteligência atual ou anterior esteja desenvolvida, nosso pensamento se comunica instantaneamente, de Espírito a Espírito, graças a uma faculdade peculiar a essência mesma do Espírito. Nesse caso encontramos no cérebro do médium os elementos apropriados a roupagem das palavras correspondentes a esse pensamento.... É por isso que apesar de diversos Espíritos se comunicarem através do médium , os ditados por ele recebidos trazem sempre o cunho pessoal do médium, quanto à forma e estilo. Porque embora o pensamento não seja absolutamente dele, o assunto não se enquadre em suas preocupações habituais, o que desejamos dizer não provenha dele de maneira alguma, ele não deixa de exercer sua influência na forma, dando-lhe as qualidades e propriedades características de sua individualidade” (LM , cap. XIX item 225) 

Para que se possa distinguir se e o Espírito do médium ou outro Espírito que se comunica, e necessário observar a natureza das comunicações, através das circunstâncias e da linguagem. Quanto à diferenciação entre o pensamento do médium e do Espírito comunicante no médium intuitivo, Kardec diz que: “A distinção, de fato, e às vezes bastante difícil de fazer. Pode-se, entretanto, conhecer o pensamento sugerido pela razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve ...” 

André Luiz conceitua animismo como o “conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação” (“Mecanismos da Mediunidade”, Cap.23). Em outro livro , o mesmo autor conceitua o fenômeno anímico como uma forma de desdobramento da alma, que se vê possuída. Há uma espécie de manifestação anímica descrita por André Luiz mostrando que, muitas vezes, o que se assemelha a um transe mediúnico, nada mais e do que o médium desajustado, revivendo cenas e acontecimentos no seu mundo subconsciente, fenômenos esse motivado pelo contato magnético, pela aproximação de entidades que partilharam as remotas experiências. (“Nos Domínios da Mediunidade”, Cap. 22) 

Nessa hora, o médium se comporta e se expressa como se ali estivesse realmente um Espírito a se comunicar. Nessas condições, diz André Luiz, “a idéia de mistificação talvez nos impelisse a desrespeitosa atitude, diante do seu padecimento moral. Por isso, nessas condições, é preciso armar o coração de amor, a fim de que possamos auxiliar e compreender. Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro, é preciso remover o mal, para depois fortificar a vitima na sua própria defesa.” (“Nos Domínios da Mediunidade”, Cap. 22) 

Mistificar: enganar, burlar, trapacear, tapear, iludir. O primeiro sentido foi o de iniciar alguém nos mistérios de um culto, tomá-lo iniciado. Deriva do grego “mysthés”, donde procede “mysthérion“ mistério. As mistificações são o escolho mais desagradável da prática mediúnica, mas, para evitá-la, há “um meio muito simples , que é o de não pedir ao Espiritismo nada mais do que ele não pode e deve dar-vos: seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que não vos afasteis disto, jamais sereis mistificados, pois não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, mas somente aquela que todo homem de bom senso pode admitir .... Se nada pedem, aceitam o que dizem, o que da na mesma. Se recebessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do Espiritismo, os Espíritos levianos não os enganariam tão facilmente“. (LM, 2ª parte, Cap. XXVII, item 303). Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece. 

Perguntou-se ao Espírito Emmanuel se a mistificação não demonstra desamparo dos mentores da esfera espiritual. Ele respondeu “A mistificação experimentada por um médium traz, sempre, uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo. Os fatos de mistificações não ocorrem à revelia de seus mentores mais elevados, que somente assim, o conduzem a vigilância precisa e as realizações da humildade e a prudência no seu mundo subjetivo” (“O Consolador”, perg. 401). 

O charlatão mais hábil geralmente é aquele seguido por maior contingente de pessoas. Assim, é conveniente lembrar que, no intercâmbio com o mundo invisível, os novos discípulos devem precaver-se contra os perigos representados por criaturas desse gênero. O orgulho e a ostentação é o que impulsionam essas pessoas a agirem assim. A técnica de o homem se apresentar como o melhor, o mais bem aquinhoado, de salientar-se a frente dos outros, de ter a presunção de converter consciências alheias, são atributos divorciados da verdade. 

Abusa-se de tudo, mesmo das coisas mais sagradas; por que não se abusa na da Doutrina espírita? Mas o mau uso que se faz de uma ideia não pode prejudicar a própria ideia. 

Onde não há especulação, o charlatanismo nada tem a fazer. 

O objetivo da Doutrina Espírita é a Reforma Intima do ser humano, tendo como foco principal a revisão de Valores onde o senso de justiça se faz, urgentemente, necessário. Devemos ter como parâmetro o exemplo de Jesus. 

Bibliografia: 
FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO 
KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV item 22 KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: cap. VII, item 117; cap. XIX, item 224 e225 – 2a Parte - Cap. XXVIII, item 303 XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Mecanismo da Mediunidade: Cap. 23 XAVIER, Francisco Cândido, VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 22 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador: perg. 401  

Parte B - PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA 

Registra o Evangelho de Lucas (Cap. 15:3 a 7) que, o objetivo de Jesus foi colocar em evidência que a revelação das grandes verdades, provindas de Deus, não guarda relação com as posições de maior ou menor destaque exercidas pelos homens. 

Os ensinamentos religiosos pertinentes ao povo hebreu estavam guardados nos templos, e apenas os escribas podiam dar-lhes a interpretação que melhor conviesse aos interesses da religião predominante, entretanto, Jesus utilizou, muitas vezes, das parábolas para falar ao povo e aos discípulos. 

Numa certa época quando ensinava o Mestre aproveitando-se da presença dos fariseus e escribas que viviam a persegui-lo e, também, de um recurso cultural porque era sabedor que o povo hebreu tinha um grande apreço aos animais, contou a Parábola da Ovelha Perdida afim de tocar a sensibilidade e levar a esperança ao ser humano, possibilitando o conhecimento de um Deus que abre seus braços a seus filhos, norteando um rumo para humanidade em direção as coisas do Espírito.

Da mesma forma que o Mestre, em Espírito, surgiu na estrada de Damasco aos olhos atônitos de Paulo de Tarso, sugerindo-lhe o abandono do ódio e do fanatismo ; o Cristo não deixou de exemplificar a tolerância ao seu perseguidor , como contou na Parábola da Ovelha Perdida que as noventa e nove ovelhas, ou seus discípulos, estavam guardados em seu manto de luz, o Bom Pastor foi buscar a ovelha que estava perdida. Percebemos, assim, que os arautos do Céu continuam a produzir aos olhos dos homens novas estradas de Damasco, com vistas a orientá-los no roteiro certo que conduz a criatura ao Criador. 

A Doutrina Espírita propõe uma revisão de Valores, lembrando que o corpo serve, apenas, de morada para o Espírito, para o desempenho de aprendizado na Terra. Oferece, no entanto, resistências ponderáveis as inspirações transmitidas pelos mentores espirituais. Entretanto, os mensageiros do bem jamais deixam de nos inspirar bons pensamentos e de nos alertar no tocante aos nossos desvios, os quais poderão representar tenebrosos sofrimentos nesta e na outra existência. 

No laborioso processo de reforma intima da humanidade, existe uma dependência lógica e preponderante entre Jesus e nos, decorrência a revelação que o Mestre preceituou ser o caminho, a verdade e a vida, deixou bem claro que é por meio dele, dos ensinos dele emanados e contidos no Evangelho que se processara o nosso aprendizado, o qual nos dará condições de sermos considerados, de fato, herdeiros do Reino de Deus. 

A Parábola da Ovelha Perdida é, pois um atestado eloquente do amor de Deus pelas suas criaturas. Demonstra que o Pai, generoso e bom, jamais condena seus filhos, proporcionando a todos a oportunidade de encontrarem em si Valores superiores. 

Observamos que para haver alegria no Reino do nosso Pai por um filho que se regenera, é imperioso que a sua reforma interior seja consciente , devendo a criatura tomar por lema a advertência de Jesus Cristo: “Quem tomar do arado não deve mais olhar para trás”. 

Bibliografia: Bíblia de Jerusalém: Novo Testamento, Evangelho de Lucas, Cap. 15:3 a 7 GODOI Paulo Alves de. Crônicas Evangélicas PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM 


Questões para Reflexão 
1) Descreva o que você entendeu por animismo. 
2) No dizer de Emmanuel a mistificação tem uma finalidade útil; Comente esta afirmação. 
3) Correlacione a parábola da ovelha perdida com aqueles que se*perdem pelos caminhos da própria evolução. 
4) Analise a advertência de Jesus: “Quem tomar do arado não deve mais olhar para trás.  

Parte C - DPM - 4ª fase - ENVOLVIMENTO Retomamos, nesta aula, a fase do envolvimento. 

Esse momento é de bem estar, pois estamos sendo abraçados pelo Benfeitor, que se fará perceptível através de sua energia amorosa, nos passando coragem e perseverança. 

O aluno acompanha o exercício, atento às sensações que tiver, pois elas podem variar a cada vez que o repetimos de acordo com as pessoas que participam do objetivo do trabalho e até mesmo do nosso próprio estado físico e emocional. Desta forma adquirimos a experiência necessária para cumprirmos de maneira adequada a nossa tarefa mediúnica. 

É comum o aluno sentir o desejo de passar mensagens já nesta fase, seja através da psicofonia ou psicografia; porém é necessário ter disciplina e aguardar até que seja o momento adequado para continuar. É necessário que o aluno esteja focado no tema da aula e acompanhe as orientações do dirigente da prática. 

# Disciplina é a mola propulsora da realização de qualquer tarefa #

10a Aula Parte A - MEDIUNIDADE: FACULDADE HUMANA - PERCEPÇÃO DOS ANIMAIS

Mediunidade: Faculdade Humana Mediunidade é termo criado por Allan Kardec, para designar uma faculdade que todos os seres humanos possuem e que lhes possibilita comunicar-se com os Espíritos.

 Sendo inerente ao homem, há registros históricos sobre a Mediunidade em todos os tempos e em todos os povos, apenas sob outras denominações se interpretações. Foi por meio dela que os Espíritos diretores puderam auxiliar na evolução espiritual do homem orientando-o, assistindo-o, em todas as fases da sua peregrinação no planeta terra. Vindo conviver com os homens ou dando-lhes, pela mediunidade as inspirações e os ensinamentos necessários; foram sempre eles, esses mentores devotados e solícitos, elementos decisivos dessa evolução. Através do tempo essa faculdade quase não se modificou, desde milênios; manteve os mesmos aspectos, variando os fenômenos e as manifestações conforme a necessidade espiritual evolutiva do homem. (Mediunidade -Edgard Armond). 

Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do Espírito representa ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar se a janela acanhada dos seus cinco sentidos. 

No L.M. Cap. XIV - 159 os Espíritos afirmam que toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo é médium. Não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois, dizer que todo mundo e, mais ou menos, médium. 

No Cap. XIX - 223, 224 e 225, acrescenta: para uma comunicação inteligente há necessidade de um intermediário inteligente, e esse intermediário é o médium, pois, os Espíritos não possuem a linguagem articulada, encontram no cérebro do médium os elementos próprios para darem ao seu pensamento a vestimenta da palavra correspondente, embora seja o médium intuitivo, semi-mecânico ou mecânico puro. 

Quando os Espíritos encontram num médium o cérebro enriquecido de conhecimentos adquiridos em sua vida atual, e seu Espírito rico de conhecimentos anteriores latentes, a comunicação e facilitada e há preferência, o que não ocorre com um médium de inteligência limitada e conhecimentos anteriores insuficientes. 

Camille Flammarion na sua obra “O desconhecido e os Problemas Psíquicos”, Cap. I, explana com sabedoria sobre as faculdades humanas que são fatos inexplicados, que pertencem ao domínio do desconhecido. São desta categoria os seguintes fenômenos: a telepatia, ou sensação à distância, as aparições ou manifestações de moribundos, a transmissão do pensamento, a visão em sonho, em estado sonambúlico, sem o concurso dos olhos, a presciência ou premonição certos ruídos inexplicados, os levantamentos ou levitações contrarias as da gravidade, os movimentos e transportes de objetos sem contato e muitos outros fenômenos estranhos para muitos inexplicáveis. Tudo esta na natureza, tanto o desconhecido como o conhecido, e o sobrenatural não existe. Os eclipses, os cometas, as estrelas eram vistos como sobrenaturais, como manifestações da cólera divina, antes de se ter o conhecimento das leis que os regem. Todos os nossos conhecimentos humanos poderiam ser representados por uma minúscula ilha rodeada por um oceano sem limites. 

No dia de Pentecostes, vários fenômenos mediúnicos marcaram a tarefa dos apóstolos, mesclando-se efeitos físicos e intelectuais. Neles mostram-se os Valores mediúnicos a serviço da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria, situando-se desse modo, a Justiça Perfeita, no íntimo de cada um, para que se outorgue isso ou aquilo, a cada Espírito, de conformidade com as próprias obras. (A. Luiz - Nos Domínios da Mediunidade, Cap. XXVI) Gabriel Delanne, no livro “A Alma é Imortal” cita impressões produzidas pela aparições dos animais, a irrefutável percepção de espirilos que tem os animais, bem como, o terror que eles manifestam quando os percebem e a atitude que assumem, tio diferente da que guardam em presença dos fenômenos naturais. 

Percepções dos Animais O Espiritismo ensina que tudo se evolui no universo. Darwin abordou a evolução no plano da matéria, Kardec mais ousado enunciou a evolução do Espírito. (O Espírito e o Tempo - J. Herculano Pires) Tudo é transição na natureza, pelo fato mesmo de que nada é semelhante e que, todavia tudo se liga. (L.E, Cap. XI, q. 589) 

No L. E, questão 588, encontramos os apontamentos seguintes a respeito das faculdades perceptivas na fase rudimentar nos reinos inferiores da evolução da espécie: há nas plantas, como nos animais uma espécie de instinto de conservação dependendo da extensão que seda a esse termo. 

Na maioria dos animais há neles uma espécie de instinto de inteligência, cujo exercício é mais exclusivamente concentrado sobre os meios de satisfazerem suas necessidades físicas e proverem a sua conservação. L.E. Cap. XI-593 

No livro “O Consolador”, Emmanuel, pela psicografia de F. C. Xavier, vem de encontro a esse apontamento: “Os irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo”. 

Erasto, no L.M., Cap. XXII, item 236, afirma: “Há um princípio que, estou seguro, é admitido por todos os espíritas: é que os semelhantes agem com seus semelhantes e como seus semelhantes. Ora quais são os semelhantes dos Espíritos senão os Espíritos encarnados ou não? 

Os animais adestrados compreendem certos pensamentos, mas já os vistes reproduzi-los? Conclui, pois, que os animais não podem servir de intérpretes. 

No Gênesis 1: 24 (Bíblia de Jerusalém) referindo-se a Criação de Deus diz: “Que a terra produza seres vivos segundo a sua espécie, animais domésticos, répteis e feras segundo sua espécie e assim se fez”. 

Continuando: 1:26 - “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra.” 

Em Eclesiastes 3:21 afirma: “Não procures o que é muito difícil para ti, não investigues o que Vai além de tuas forças”. 

É possível que Erasto tenha se mirado nesses ensinamentos e conhecendo a imperfeição da humanidade falava de uma fase transitória do principio inteligente na sua caminhada evolutiva, e que naquela condição, os animais não podiam ser comparados ao ser humano. 

André Luiz, no livro “Mecanismo da Mediunidade”, cap. X, diz: “Nos reinos inferiores da natureza, a Corrente mental restringe-se a impulsos de sustentação nos seres de constituição primaria, a começar dos minerais, preponderando nos vegetais e avançando pelo domínio dos animais mais simples, para se evidenciar mais complexa nos animais superiores que já conquistaram bases mais amplas a produção do pensamento continuo”. 

Emmanuel, em “O Consolador” perg. 79, afirma: “A escala do progresso é sublime e infinita. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem razão. O anjo é Divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos Valores gradativos da evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal”. 

Fechando Cap. XXII do “Livro dos Médiuns” diz Erasto, “Parar resumir: os fatos medianímicos não podem se manifestar sem o concurso consciente ou inconsciente de médiuns; e não é senão entre os encarnados, Espíritos como nos que podemos encontrar aqueles que nos sirvam de médiuns”. 

Bibliografia: KARDEC, Allan - Livro dos Médiuns KARDEC, Allan - Livro dos Espíritos ARMOND, Edgard. Mediunidade XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Mecanismo da Mediunidade FLAMMARION, Camille. O Desconhecido e os Problemas Psíquicos PRADA, Irvênia. A Questão Espiritual dos Animais  

Parte B - ÊXITO MEDIÚNICO 

A faculdade mediúnica é uma condição natural do desenvolvimento dos seres humanos. E uma faculdade comum a todos, ou seja, está presente no desenvolvimento inato das criaturas. 

O surgimento da mediunidade não depende de idade, condição social, sexo ou lugar. Pode surgir na infância, adolescência, na idade madura ou mesmo na velhice. 

Os sintomas variam ao infinito: 
 Sensação de enfermidade, só aparente;
 Calafrios e mal estar; 
 Irritações estranhas; 
 Pode ser espontânea ou exuberante. 

É como um botão de rosa que desabrocha, para no encanto de uma rosa, embelezar a vida. “Emmanuel”.  A Doutrina Espírita como um jardineiro cuidará de seu crescimento, ensinando que o adubo da paciência, perseverança, boa vontade, humildade, sinceridade, estudo e trabalho são os ingredientes que vão enriquecer na educação e aprimoramento desta faculdade valiosa onde o médium caminha na sua evolução espiritual. São os talentos divinos atribuídos ao homem para que sejam aproveitados na obra de redenção da humanidade e de si mesmo. 

As tarefas mediúnicas bem conduzidas, com a consequente valorização dos bens divinos, converterão o medianeiro em instrumento e representante da mediunidade vitoriosa. (“Mediunidade e Evolução” Martins Peralva)  

Mediunidade é igual ao trabalho: acessível a todos. 

Qualquer médium também é suscetível de ser mobilizado, na produção de fenômenos múltiplos, favorecendo pesquisas e observações, com algum proveito, mas se quisermos rendimento medianímico, seguro e incessante na composição doutrinária do Espiritismo, cada tarefeiro da mediunidade, embora pronto a colaborar, seja onde for no levantamento do bem, é convidado a consagrar-se a própria função, conquanto possua faculdades diversas, amando-a, estudando-a, desenvolvendo-a e praticando-a no serviço ao próximo, que será sempre serviço a nos mesmos. (“Opinião Espírita”)  

No Campo da mediunidade, o dever retamente cumprido é a bussola que propiciara rumo certo, ao porto seguro. (“Religião dos Espíritos”)  

Em sua luminosa passagem o fenômeno mediúnico, por toda parte, é intimado à redenção da consciência. (Religião dos Espíritos) 

Sobretudo, lembra-te sempre de que o talento mediúnico, encerrado nas tuas mãos, deve ser a tela digna em que os mensageiros da Espiritualidade Maior, possam criar as obras primas da caridade e da educação dignos de se expor ao publico. (“Religião dos Espíritos”) 

A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na terra. Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus Valores no capitulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo. (O Consolador, 382). 

Mantenhamos a constância no estudo e na ação. O médium evoluirá trabalhando e se elevará servindo. Nada de reclamações nem bravatas. Tomemos cada qual de nos, os tarefeiros nos dois planos de vida, as obrigações que nos competem sem o intento de exceder a nossa capacidade, mas sem deixar de sermos uteis a pretexto de modéstia. (“Sol Nas Almas”) 

A mediunidade de hoje, com seu imenso cortejo de aflições e desequilíbrios, deixara de existir, e surgira a Mediunidade Gloriosa, fonte dos mais elevados ideais, jorrará fertilizando a sementeira da fraternidade instituída pelo Mestre Galileu no cenário da Palestina. 

O ensino de Jesus, aplicando a Mediunidade é claro: “Daí de graças que de graça recebestes.” (Martins Peralva) 

Bibliografia: XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Sol Nas Almas XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). O Consolador XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Opinião Espírita XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Religião dos Espíritos PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução  SANTO, Francisco do Espírito. A Imensidão dos sentidos PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM 

Questões para Reflexão
 1) Explique porque o ato mediúnico só possível entre os humanos.
 2) Explique o que ocorreu no fenômeno da mula de Balaão visto que a faculdade mediúnica é exclusivamente humana. 
3) Exponha em linhas gerais o que é necessária para se obter êxito nas tarefas mediúnicas. 4) Comente sobre a moral do médium no trabalho mediúnico.  

Parte C - DPM - CONCENTRAÇÃO, 1ª, 2ª E 3ª FASES 

Para que possamos perceber cada fase é necessário exercitarmos várias vezes dando-nos confiança e segurança na realização da tarefa. 

FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO  

9a Aula Parte A – MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Manifestações Inteligentes - Manifestações Físicas 

Manifestações inteligentes: quando revelam um pensamento. Toda a manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou ruído que acuse certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorre em todos os graus. (R.E. de 1858 - Teorias das Manifestações Físicas). 

Manifestações físicas: são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos, Essas manifestações não comportam, muito frequentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior a do homem. Umas são espontâneas, independentes da vontade humana, e outras podem ser provocadas. (R.E. de 1858 - Diferentes Naturezas de Comunicações) 

Manifestações físicas provocadas: O conhecido fato das chamadas “mesas girantes”, pertence a este tipo de manifestação. Esse efeito se produz em qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o mais empregado, o nome de mesas girantes prevaleceu na designação desta espécie de fenômenos, sendo o ponto de partida da Doutrina Espírita. 

Para a produção do fenômeno é necessário a participação de um ou mais médiuns, não importando o sexo, o tipo de vestimenta, se estão com as mãos unidas ou não (acreditava-se na ação de uma espécie de corrente elétrica, mas que a experiência mostrou a sua inutilidade). E realmente necessário o recolhimento dos participantes, o silêncio absoluto e, sobretudo a perseverança, quando a manifestação demora. O tempo de espera depende da capacidade mediúnica dos participantes. 

Temos assim a seguinte questão: a que atribuir esse efeito? Pensou se inicialmente numa possível ação de uma Corrente elétrica ou magnética ou pela de um fluído qualquer. Esta solução teria prevalecido se outros fatos não viessem demonstrar a sua insuficiência. Esses novos fatos consistem na prova de inteligência dada aos fenômenos, e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, tornou-se evidente que mesmo admitindo-se a ação da eletricidade ou de qualquer outro Fluido, havia a presença de outra causa. 

O primeiro efeito inteligente que se observou foi precisamente o desobediência as ordens dadas. Sem mudar de lugar, a mesa se erguia sobre os pés que lhes eram indicados. Depois ao abaixar-se, dava um determinado numero de pancadas' para responder a uma pergunta. De outras vezes sem o contato de ninguém a mesa passeava sozinha pelo aposento, avançando para a direita ou à esquerda, para frente ou para trás e executando diversos movimentos que os assistentes ordenavam. 

Por meio de pancadas obtinham-se efeitos ainda mais inteligentes, como a imitação do rufar dos tambores, do ruído de uma serra, das batidas de um martelo, do ritmo de diversas musicas etc. Observou-se que se havia uma inteligência oculta, ela podia responder as perguntas, sim ou não segundo o numero de pancadas convencionado, poderia ainda estabelecer-se um numero de pancadas correspondentes as letras do alfabeto, para formação de palavras e frases. Repetido esses fenômenos por milhares de pessoas em vários países, esses fatos não podiam deixar dúvidas sobre a natureza inteligente das manifestações. 

Desse meio surgiram outros, e assim se chegou ao de comunicações escritas, que foram obtidas inicialmente por meio de uma pequena e leve mesa a que se adaptava um lápis, colocando-a sobre uma folha de papel, sendo substituídas por cestinhas, caixas de papelão, e por fim de simples pranchetas. Descobriu-se mais tarde que esses apetrechos poderiam ser dispensados, visto que a própria mão do médium, impulsionada de maneira involuntária, escrevia sob a influência do Espírito, sem o concurso da vontade ou do pensamento dele. 

Vimos assim que a sucessão dos fatos levaram a constatação da interferência, nesses fenômenos, de inteligências ocultas, ou seja dos Espíritos. 

Como pode o Espírito mover um corpo solido? O esclarecimento vem por intermédio do Espírito são Luis, em “O Livro dos Médiuns”, Cap. IV item 74: “O Espírito pode mover um corpo sólido, combinando uma por ação do fluido universal com o fluido que se desprende do médium apropriado a esses efeitos”. 

Quando uma mesa se move, sem a intervenção de alguém, é porque o Espírito evocado tirou do fluido universal o que anima essa mesa de uma vida artificial. Assim preparada, o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência do seu próprio fluido, emitido por sua vontade. Quando a massa que deseja mover é muito pesada para ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza etérea, o Espírito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga a matéria. Esse liame que chamais perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais”. São os Espíritos com maior densidade do perispírito que provocam esses fenômenos, pois os Espíritos Superiores dispõem de um perispírito mais sutil e, quando necessitam provocar esses fenômenos se utilizam daqueles que tem essa condição, assim como os encarnados utilizam se de carregadores para executar determinadas tarefas. 

Qual a necessidade do médium? É necessária a união do fluido animalizado do médium e do fluido universal para dar vida ao objeto desejado, mas não se deve esquecer que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas vezes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais suficiente para animar tal objeto. 

O Espírito não poderia agir sozinho? O Espírito necessita do fluido animal do médium, e, pode agir a revelia do médium subtraindo-lhe o fluido necessário, agindo como a tirar de uma fonte o fluido animal ”que necessita. O Espírito pode ainda, para produzir o fenômeno, retirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. É necessário que Espírito queira que tenha um objetivo, um motivo para fazê-lo. É necessário que encontre ainda precisamente no lugar que pretende agir uma pessoa apta a ajudá-lo, mesmo que apareça inesperadamente. Mas apesar das circunstancias favoráveis, ele poderia ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer. Pode também só lhe ser permitido agir dentro de certos limites, nos casos em que essas manifestações sejam consideradas úteis, seja para servirem como meio de convicção ou de experiência para a pessoa que as suporta. 

Manifestações físicas espontâneas: Assim como o Espírito envolvia a mesa dando-lhe uma vida artificial, pode também envolver objetos que fará uso segundo seu objetivo e sua vontade (não havendo assim a evocação). Temos como exemplo o caso do Espírito perturbado - o trapeiro da Rua dos Noyers. Quando foi o Espírito evocado para os devidos esclarecimentos, disse que foi uma criada que serviu de instrumento, e, que apenas procurava se divertir atirando pedras. Relata que os objetos que atirava encontrava no pátio e nos jardins vizinhos, envolvia-os no fluido da médium juntamente com o seu e os atirava. Esclarece ainda que não criava os objetos, embora até pudesse fazê-lo, o que seria muito mais difícil, mas diz ele: “em último caso a gente mistura matérias e faz qualquer coisa”. (Revista Espírita 1858) 

De todas as manifestações espíritas, as mais simples e frequentes são os ruídos e as pancadas. Antes de analisarmos essa manifestação é necessário que tenhamos a certeza de que não operam causas naturais para sua produção tais como vento que assobia ou sacode um objeto, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espirituais têm características inconfundíveis com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não pode ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique e taque de um relógio. São golpes secos, às vezes surdos, fracos e leves. o meio mais eficaz de constatar é submetê-los a nossa vontade. Se eles se fizerem ouvir do lado que indicarmos, se responderem ao nosso pensamento dando o numero que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem sempre prova o contrário. 

Importante ressaltar que o medo frequentemente exagerou estes falos dando uma conotação supersticiosa e ate mesmo ridícula sugerindo contos de fantasmas e casas assombradas. Mas o meio mais seguro de prevenir os inconvenientes é dar a conhecer a verdade. As coisas mais simples tomam-se assustadoras quando ignoramos as causas. Havendo familiaridade com os Espíritos, e os que recebem suas comunicações, não mais acreditando que se trata de demônios, o medo desaparecera. Diz-nos o Livro dos Médiuns, no Cap. V item 82, que essas manifestações espontâneas podem ocorrer entre pessoas que nunca ouviram falar a respeito, e ocorrem quando elas menos podiam esperar. Esse fato é importante, pois não são pessoas portadoras de uma imaginação superexcitada pelas idéias espíritas, excluindo assim as suspeitas de conivência. 

Essas manifestações ocorrem muitas vezes por Espíritos que querem apenas se divertir, são Espíritos antes levianos do que maus. Riem dos sustos que pregam e do trabalho que dão para descobrir a causado tumulto. Muitas vezes apegam-se a uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda a pane, outras se apegam a um lugar por simples capricho, outras vezes querem chamar a atenção para estabelecer uma comunicação transmitindo um aviso útil ou mesmo um pedido. Pode ainda acontecer ser um caso de vingança. 

Entre as diferentes manifestações, uma das mais interessantes, é a do toque espontâneo de instrumento de música. Os pianos e os acordeons parecem ser para esse efeito, os instrumentos prediletos. Para entender esse fenômeno busquemos compreender que do mesmo modo que vemos um corpo se nos apresentar solido, liquido ou gasoso, segundo seu grau de condensação, de igual modo a matéria etérea do perispírito pode se apresentar no estado sólido, vaporoso visível ou vaporoso invisível. Pode ocorrer nessa matéria etérea, tal modificação, que o Espírito pode fazê-la sofrer uma espécie de condensação (que não é exatamente o termo, mas o que mais se aproxima dele) que a toma perceptível aos olhos do corpo. A condensação pode chegar ao ponto de produzir a resistência e tangibilidade. A movimentarem os instrumentos, mãos podem ser visualizadas e ate tocadas. Essa formação não é senão temporária ou acidental, por isso num dado momento pode nos escapar como uma sombra. Essa mão pode nos cravar as unhas na carne, nos beliscar, nos arrancar o que esta em nossos dedos, agarrar e transportar um objeto como nos mesmos o faríamos, pode dar golpes, erguer e virar uma mesa, agitar uma campainha, puxar cortinas, até mesmo dar uma bofetada. Perguntar-se-á, sem dúvida, como essa mão pode ter a mesma força no estado vaporoso invisível quanto no estado tangível. E por que não? Vemos o ar que tomba edifícios, o gás que lança um projétil, a eletricidade que transmite sinais, o fluido do ímã que ergue as massas. Por que a matéria etérea do perispírito seria menos possante? Argumenta Kardec na R.E. Maio 1858, teoria das manifestações físicas que é “uma nova ordem de idéias, uma luz inteiramente nova”.  

O fenômeno de transporte: A palavra aporte também serve para designar esse tipo de fenômeno. A tradição espírita incorporou o termo francês “apport” à língua portuguesa, como aconteceu no inglês, para designar também essa forma especial de transporte de objetos a recintos fechados. Este fenômeno só difere dos que tratamos acima pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objetos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos, de joias etc. Alerta Kardec que esse fenômeno é dos que mais se prestam a imitação, e, portanto é necessário estar prevenido contra o embuste. 

Esclarece-nos Erasto, no L.M, Cap. V item “O fenômeno de transporte” que: esse fenômeno exige sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que só podem ser obtidos com médiuns muito bem dotados. Assim como nas manifestações físicas o Espírito combina seu próprio fluido com o fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto. 

Bibliografia: KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: cap. IV e V KARDEC, Allan. Revista Espírita: maio e junho de 1858 (Teoria das Manifestações Físicas); agosto 1858 (O caso de Noyers)  
Parte B - AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS 

Ensina Paulo (I Epístola aos Coríntios, Cap. 12, versículo 7) que “cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”. Na seara espírita, a maioria inquieta-se pelo desenvolvimento imediato das faculdades mediúnicas. Todavia, a mediunidade não se resume em manifestações exteriores, e sim no aprimoramento interior de cada ser, por meio do conhecimento e do amor, as duas coordenadas que possibilitam a efetiva evolução, até a condição suprema do Espírito puro. Também não há que buscar destaque em nenhuma das diferentes espécies de mediunidade, querendo o médium, por exemplo, ser um grande vidente ou um grande psicógrafo, pois isso seria fruto do orgulho e da vaidade, vícios morais que, antes de tudo, devem ser combatidos pelo verdadeiro aprendiz. O que se deve buscar, constantemente, é o progresso espiritual, resultante do esforço e do trabalho de cada um. Todos os homens possuem mediunidade em maior ou menor grau, nas mais variadas posições evolutivas, e seu desenvolvimento não deve ser precipitado, mas sim, acompanhado pela educação, trabalho fraterno e da boa vontade do aprendiz. 

A espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas São conduzidas em conjunto com os mentores do plano espiritual. Não existe um tipo de mediunidade mais importante que o outro. E importante que o médium, com a faculdade definida, se conscientize com o Espírito de responsabilidade de sua tarefa, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que sua tarefa não se tome improdutiva, necessária a evangelização de si mesmo, antes de se entregar as grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre como personalismo, em detrimento ao trabalho espiritual. Diz Emmanuel, no livro “O Consolador”, perg. 389: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado dos seus fins, o mau servo toma-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor”. Diz ainda o Benfeitor Espiritual na mesma obra, na perg. 392: “O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação”. Emmanuel também destaca que o apostolado mediúnico é repleto de dificuldades: “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres a luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos. Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de auto educação, a claridade do Evangelho. O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias a expansão da Doutrina, mas no próprio seio das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se convencer ao Evangelho pelo coração” (O Consolador - perg. 410). Portanto o mediunato, não se resume apenas no exercício puro e simples das mais diferentes faculdades, porque exige, antes de tudo, o trabalho e o sacrifício, com amor, na sublime tarefa de vivenciar Jesus. 

Bibliografia: Bíblia de Jerusalém: Novo Testamento, Paulo (I Coríntios, Cap. 12:7) XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). O Consolador: perg. 389, 392, 410 XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: itens 100 e 136 

Questões para reflexão: 
1) Faça a diferença entre manifestações espontâneas e manifestações provocadas. 
2) Discorra sobre o fenômeno de transporte e diga em que ele difere dos outros fenômenos. 
3) Interprete o ensinamento de Paulo aos Coríntios: “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”. 
4) Comente a afirmação de Emmanuel na pergunta 389 de O Consolador: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho”.  

Parte C - DPM - CONCENTRAÇÃO, 1ª, 2ª E 3ª FASES 

Para que possamos perceber cada fase é necessário exercitarmos várias vezes, dando-nos confiança e segurança na realização da tarefa. Nesta aula o dirigente da prática retoma as explicações anteriores sobre a concentração e as três primeiras fases do PACEM: Percepção de Fluidos, Aproximação e Contato. 

CONCENTRAR: -Fazer convergir para um centro; -fixar o pensamento num ponto definido -fechar a mente para o exterior -abrir a mente para o mundo interior 

PERCEPÇÃO DE FLUIDOS / APROXIMAÇÃO – Vide aulas anteriores -Nesta fase, O Benfeitor atua diretamente nos Centros de Força, nos Plexos, nos Pontos Sensíveis, levando o médium a sentir a manifestação de sua faculdade mediúnica. -É necessário ao médium o estudo constante da Doutrina dos Espíritos, Evangelização e a prática do Evangelho Vamos reforçar o exercício repassando todas as fases anteriores. O dirigente da prática pede aos Benfeitores Espirituais que intensifiquem sua atuação em cada fase sobre os médiuns. 

# Ao fazermos várias vezes a mesma atividade, adquirimos a prática necessária para a tarefa desejada #  

FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO 

8ª Aula Parte A - O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

Os Médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou, melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira inteligível. (Allan Kardec - E.S.E. Cap. 28 item 9). 

“O papel dos médiuns difere essencialmente conforme os casos. Eles passam por todos os graus do transe, de acordo com as absorções que lhes devem ser feitas”. (No Invisível - Leon Denis - Cap. XX) 

O médium desempenha um papel essencial no estudo dos fenômenos espíritas. Participa através do seu invólucro fluídico, da vida do Espaço e, através do corpo físico da vida terrestre, é ele o intermediário entre os dois mundos. (No invisível - Leon Denis - Cap. IV) 

A comunicação entre os Espíritos se realiza unicamente pela irradiação do pensamento. O pensamento não necessita de vestes ou palavras para ser compreendido, pois são captados pelo direcionamento dos mesmos e entendimento conforme o adiantamento de cada Espírito. Contudo, os seres encarnados, só podem comunicar-se pelo pensamento traduzido em palavras, que se tomam necessárias para assuas idéias, o Espírito necessita de um instrumento: esse instrumento é o médium. Qualquer que seja a natureza dos médiuns, os processos de comunicação não variam na essência, realizam-se unicamente pela irradiação do pensamento. O Espírito do médium recebe a comunicação do Espírito e a transmite por meio de seus órgãos corporais, servindo assim de interprete, porque esta ligado ao corpo que serve para comunicação. 

Os Espíritos não têm senão a linguagem do pensamento que é o idioma universal, compreendido por todos, tanto pelos homens quanto pelos Espíritos. Assim, podemos deduzir que as principais características relacionadas ao papel do médium nas comunicações, são as seguintes: 

- Ele é sempre ativo, seja consciente ou inconsciente, intuitivo ou mecânico, dele sempre depende a transmissão e a pureza das mensagens; e assim sendo, a passividade do médium e uma concordância determinada por sua vontade. 

- O Espírito não se serve das idéias do médium, mas das referências existentes no na sua mente para exprimir os seus próprios pensamentos. 

- O estudo para o desenvolvimento intelectual e moral favorece a comunicação, pois nesse caso o Espírito comunicante encontra na mente do médium os elementos apropriados a roupagem de palavras correspondentes ao seu pensamento.. Assim quando encontra num médium, a mente cheia de conhecimentos adquiridos na vida atual e conhecimentos anteriores latentes, os pensamentos se comunicam instantaneamente. 

- O médium menos preparado torna o trabalho dos Espíritos mais demorado e penoso, pois há necessidade de decompor os pensamentos e muitas vezes ditar palavra por palavra. O médium mal aparelhado exige um trabalho semelhante à comunicação por pancadas. 

As comunicações dos Espíritos trazem sempre, em maior ou menor grau, o cunho pessoal do médium quanto à forma e estilo, embora o pensamento não seja absolutamente dele, e não faça Parte de suas preocupações habituais, o médium não deixa de exercer sua influência, dando-lhe as qualidades e propriedades características a sua individualidade. 

Bibliografia: KARDEC, Allan. Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. 28, item 9 KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns. 2ª parte, cap. IV item 74, perg. 8, 19 e Cap. XIX DENIS, Leon. No invisível: Cap. IV e XX XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Irmão X). Lazaro Redivivo: Cap. 04 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Caminho Verdade e Vida: Lição 69 XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: Cap. 3  

Parte B - SERVIÇO MEDIÚNICO E A INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM

 O médium como instrumento utilizado pelo Espírito para transmissão de suas idéias é totalmente responsável pelo desempenho de sua tarefa. A responsabilidade pela mesma deve permear seu trabalho através da dedicação com a qual se aplica a ela, no dia a dia, desempenhando o seu trabalho mediúnico com o exato sentido do dever a realizar. “O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou o repouso do vosso próximo; termina no limite em que não gostaríeis de vê-lo passar além de vos mesmos. (E.S.E., Cap. XVII, item 7) 

Embora a presença da mediunidade não seja necessariamente indicio de elevação moral, o mesmo ocorre com seu uso, que dependera do tipo de sintonia que o médium estabelecera com os Espíritos, superiores ou inferiores. O trabalhador do bem é reconhecido pela qualidade de seu caráter e pelo cultivo das virtudes. Amoral crista é seu guia diário de conduta, pois o Espiritismo não cria nenhuma nova moral. Facilita aos homens a inteligência e a prática da moral do Cristo. 

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz parra dominar suas mas inclinações. (E.S.E. Cap. XVII, item 4). A maturidade do senso moral, ainda que inerente no desenvolvimento do Espírito encarnado exige um árduo trabalho para quebrar os laços da matéria, que em alguns são muito fones para permitir ao Espírito desligar-se das coisas da Terra. 

A reforma íntima juntamente com o esclarecimento decorrente das Leituras das obras da codificação propicia a real consciência dos processos mediúnicos, de suas modalidades, das particularidades de seu desenvolvimento, da responsabilidade de sua prática que dá condições ao médium de conhecer sua própria sensibilidade mediúnica. 

O médium, acima de tudo, deve estar convencido da necessidade de servir ao próximo, levando esperança e consolo através do influxo da esfera superior e do correto embasamento cristão, com humildade suficiente para colaborar sem impor-se e com a determinação voltada à realização da tarefa. 

“A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendiz e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo ao semelhante.” (CVV - n° 3) 

“Haverá na experiência de cada um de nos a ordenação do Criador e o serviço da criatura. Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor cada dia, e executá-la do melhor modo”. (Vinha de Luz -19). 

“O conhecimento doutrinário beneficia aqueles que, em sessões mediúnicas, operam no intercâmbio, assim como aqueles que, sem se aperceberem, transmitem na conversação inspirações da Esfera Espiritual” (Martins Peralva - Mediunidade e Evolução, lição 7). 

Bibliografia: KARDEC, Allan. Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XVII, itens 4 e 7 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Roteiro: Caminho Verdade e Vida: Lição 3 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Vinha de Luz: Lição 19 PERALVA, Martins. Mediunidade e Evolução: Lição 7 Novo Testamento: I Epístola de João, 4:1 PUGLIA, Silvia C. S. C. – CDM  

Questões para reflexão: 
1) Explique o que é ser médium e qual o seu papel nas tarefas mediúnicas. 
2) Comente a dificuldade dos Espíritos, quando nas suas comunicações, dependem de médiuns despreparados.
 3) Descreva a importância da vigência mediúnica no aprendizado do médium. 
 4) Explique o valor do cumprimento das atividades de cada um de nós nos serviços mediúnicos, e o que pode ocorrer com aqueles que conscientes de suas tarefas, desprezam as oportunidades de servir.  
Parte C - DPM - MÉTODO DAS CINCO FASES – TERCEIRA FASE: CONTATO 


FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO