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28/05/2017

9a Aula Parte A – MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Manifestações Inteligentes - Manifestações Físicas 

Manifestações inteligentes: quando revelam um pensamento. Toda a manifestação que comporte um sentido, não fora senão um simples movimento ou ruído que acuse certa liberdade de ação, responde a um pensamento ou obedece a uma vontade, é uma manifestação inteligente. Ocorre em todos os graus. (R.E. de 1858 - Teorias das Manifestações Físicas). 

Manifestações físicas: são aquelas que se traduzem por fenômenos sensíveis, tais como os ruídos, o movimento e o deslocamento de objetos, Essas manifestações não comportam, muito frequentemente, nenhum sentido direto; elas não têm por objetivo senão chamar a nossa atenção sobre alguma coisa, e nos convencer da presença de uma força superior a do homem. Umas são espontâneas, independentes da vontade humana, e outras podem ser provocadas. (R.E. de 1858 - Diferentes Naturezas de Comunicações) 

Manifestações físicas provocadas: O conhecido fato das chamadas “mesas girantes”, pertence a este tipo de manifestação. Esse efeito se produz em qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o mais empregado, o nome de mesas girantes prevaleceu na designação desta espécie de fenômenos, sendo o ponto de partida da Doutrina Espírita. 

Para a produção do fenômeno é necessário a participação de um ou mais médiuns, não importando o sexo, o tipo de vestimenta, se estão com as mãos unidas ou não (acreditava-se na ação de uma espécie de corrente elétrica, mas que a experiência mostrou a sua inutilidade). E realmente necessário o recolhimento dos participantes, o silêncio absoluto e, sobretudo a perseverança, quando a manifestação demora. O tempo de espera depende da capacidade mediúnica dos participantes. 

Temos assim a seguinte questão: a que atribuir esse efeito? Pensou se inicialmente numa possível ação de uma Corrente elétrica ou magnética ou pela de um fluído qualquer. Esta solução teria prevalecido se outros fatos não viessem demonstrar a sua insuficiência. Esses novos fatos consistem na prova de inteligência dada aos fenômenos, e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, tornou-se evidente que mesmo admitindo-se a ação da eletricidade ou de qualquer outro Fluido, havia a presença de outra causa. 

O primeiro efeito inteligente que se observou foi precisamente o desobediência as ordens dadas. Sem mudar de lugar, a mesa se erguia sobre os pés que lhes eram indicados. Depois ao abaixar-se, dava um determinado numero de pancadas' para responder a uma pergunta. De outras vezes sem o contato de ninguém a mesa passeava sozinha pelo aposento, avançando para a direita ou à esquerda, para frente ou para trás e executando diversos movimentos que os assistentes ordenavam. 

Por meio de pancadas obtinham-se efeitos ainda mais inteligentes, como a imitação do rufar dos tambores, do ruído de uma serra, das batidas de um martelo, do ritmo de diversas musicas etc. Observou-se que se havia uma inteligência oculta, ela podia responder as perguntas, sim ou não segundo o numero de pancadas convencionado, poderia ainda estabelecer-se um numero de pancadas correspondentes as letras do alfabeto, para formação de palavras e frases. Repetido esses fenômenos por milhares de pessoas em vários países, esses fatos não podiam deixar dúvidas sobre a natureza inteligente das manifestações. 

Desse meio surgiram outros, e assim se chegou ao de comunicações escritas, que foram obtidas inicialmente por meio de uma pequena e leve mesa a que se adaptava um lápis, colocando-a sobre uma folha de papel, sendo substituídas por cestinhas, caixas de papelão, e por fim de simples pranchetas. Descobriu-se mais tarde que esses apetrechos poderiam ser dispensados, visto que a própria mão do médium, impulsionada de maneira involuntária, escrevia sob a influência do Espírito, sem o concurso da vontade ou do pensamento dele. 

Vimos assim que a sucessão dos fatos levaram a constatação da interferência, nesses fenômenos, de inteligências ocultas, ou seja dos Espíritos. 

Como pode o Espírito mover um corpo solido? O esclarecimento vem por intermédio do Espírito são Luis, em “O Livro dos Médiuns”, Cap. IV item 74: “O Espírito pode mover um corpo sólido, combinando uma por ação do fluido universal com o fluido que se desprende do médium apropriado a esses efeitos”. 

Quando uma mesa se move, sem a intervenção de alguém, é porque o Espírito evocado tirou do fluido universal o que anima essa mesa de uma vida artificial. Assim preparada, o Espírito a atrai e a movimenta, sob a influência do seu próprio fluido, emitido por sua vontade. Quando a massa que deseja mover é muito pesada para ele, pede a ajuda de outros Espíritos da sua mesma condição. Por sua natureza etérea, o Espírito não pode agir sobre a matéria grosseira sem intermediário, ou seja, sem o liame que o liga a matéria. Esse liame que chamais perispírito, oferece a chave de todos os fenômenos espíritas materiais”. São os Espíritos com maior densidade do perispírito que provocam esses fenômenos, pois os Espíritos Superiores dispõem de um perispírito mais sutil e, quando necessitam provocar esses fenômenos se utilizam daqueles que tem essa condição, assim como os encarnados utilizam se de carregadores para executar determinadas tarefas. 

Qual a necessidade do médium? É necessária a união do fluido animalizado do médium e do fluido universal para dar vida ao objeto desejado, mas não se deve esquecer que essa vida é apenas momentânea, extinguindo-se com a mesma ação, e muitas vezes que a ação termine, quando a quantidade de fluido já não é mais suficiente para animar tal objeto. 

O Espírito não poderia agir sozinho? O Espírito necessita do fluido animal do médium, e, pode agir a revelia do médium subtraindo-lhe o fluido necessário, agindo como a tirar de uma fonte o fluido animal ”que necessita. O Espírito pode ainda, para produzir o fenômeno, retirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. É necessário que Espírito queira que tenha um objetivo, um motivo para fazê-lo. É necessário que encontre ainda precisamente no lugar que pretende agir uma pessoa apta a ajudá-lo, mesmo que apareça inesperadamente. Mas apesar das circunstancias favoráveis, ele poderia ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer. Pode também só lhe ser permitido agir dentro de certos limites, nos casos em que essas manifestações sejam consideradas úteis, seja para servirem como meio de convicção ou de experiência para a pessoa que as suporta. 

Manifestações físicas espontâneas: Assim como o Espírito envolvia a mesa dando-lhe uma vida artificial, pode também envolver objetos que fará uso segundo seu objetivo e sua vontade (não havendo assim a evocação). Temos como exemplo o caso do Espírito perturbado - o trapeiro da Rua dos Noyers. Quando foi o Espírito evocado para os devidos esclarecimentos, disse que foi uma criada que serviu de instrumento, e, que apenas procurava se divertir atirando pedras. Relata que os objetos que atirava encontrava no pátio e nos jardins vizinhos, envolvia-os no fluido da médium juntamente com o seu e os atirava. Esclarece ainda que não criava os objetos, embora até pudesse fazê-lo, o que seria muito mais difícil, mas diz ele: “em último caso a gente mistura matérias e faz qualquer coisa”. (Revista Espírita 1858) 

De todas as manifestações espíritas, as mais simples e frequentes são os ruídos e as pancadas. Antes de analisarmos essa manifestação é necessário que tenhamos a certeza de que não operam causas naturais para sua produção tais como vento que assobia ou sacode um objeto, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espirituais têm características inconfundíveis com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não pode ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique e taque de um relógio. São golpes secos, às vezes surdos, fracos e leves. o meio mais eficaz de constatar é submetê-los a nossa vontade. Se eles se fizerem ouvir do lado que indicarmos, se responderem ao nosso pensamento dando o numero que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem sempre prova o contrário. 

Importante ressaltar que o medo frequentemente exagerou estes falos dando uma conotação supersticiosa e ate mesmo ridícula sugerindo contos de fantasmas e casas assombradas. Mas o meio mais seguro de prevenir os inconvenientes é dar a conhecer a verdade. As coisas mais simples tomam-se assustadoras quando ignoramos as causas. Havendo familiaridade com os Espíritos, e os que recebem suas comunicações, não mais acreditando que se trata de demônios, o medo desaparecera. Diz-nos o Livro dos Médiuns, no Cap. V item 82, que essas manifestações espontâneas podem ocorrer entre pessoas que nunca ouviram falar a respeito, e ocorrem quando elas menos podiam esperar. Esse fato é importante, pois não são pessoas portadoras de uma imaginação superexcitada pelas idéias espíritas, excluindo assim as suspeitas de conivência. 

Essas manifestações ocorrem muitas vezes por Espíritos que querem apenas se divertir, são Espíritos antes levianos do que maus. Riem dos sustos que pregam e do trabalho que dão para descobrir a causado tumulto. Muitas vezes apegam-se a uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda a pane, outras se apegam a um lugar por simples capricho, outras vezes querem chamar a atenção para estabelecer uma comunicação transmitindo um aviso útil ou mesmo um pedido. Pode ainda acontecer ser um caso de vingança. 

Entre as diferentes manifestações, uma das mais interessantes, é a do toque espontâneo de instrumento de música. Os pianos e os acordeons parecem ser para esse efeito, os instrumentos prediletos. Para entender esse fenômeno busquemos compreender que do mesmo modo que vemos um corpo se nos apresentar solido, liquido ou gasoso, segundo seu grau de condensação, de igual modo a matéria etérea do perispírito pode se apresentar no estado sólido, vaporoso visível ou vaporoso invisível. Pode ocorrer nessa matéria etérea, tal modificação, que o Espírito pode fazê-la sofrer uma espécie de condensação (que não é exatamente o termo, mas o que mais se aproxima dele) que a toma perceptível aos olhos do corpo. A condensação pode chegar ao ponto de produzir a resistência e tangibilidade. A movimentarem os instrumentos, mãos podem ser visualizadas e ate tocadas. Essa formação não é senão temporária ou acidental, por isso num dado momento pode nos escapar como uma sombra. Essa mão pode nos cravar as unhas na carne, nos beliscar, nos arrancar o que esta em nossos dedos, agarrar e transportar um objeto como nos mesmos o faríamos, pode dar golpes, erguer e virar uma mesa, agitar uma campainha, puxar cortinas, até mesmo dar uma bofetada. Perguntar-se-á, sem dúvida, como essa mão pode ter a mesma força no estado vaporoso invisível quanto no estado tangível. E por que não? Vemos o ar que tomba edifícios, o gás que lança um projétil, a eletricidade que transmite sinais, o fluido do ímã que ergue as massas. Por que a matéria etérea do perispírito seria menos possante? Argumenta Kardec na R.E. Maio 1858, teoria das manifestações físicas que é “uma nova ordem de idéias, uma luz inteiramente nova”.  

O fenômeno de transporte: A palavra aporte também serve para designar esse tipo de fenômeno. A tradição espírita incorporou o termo francês “apport” à língua portuguesa, como aconteceu no inglês, para designar também essa forma especial de transporte de objetos a recintos fechados. Este fenômeno só difere dos que tratamos acima pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objetos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos, de joias etc. Alerta Kardec que esse fenômeno é dos que mais se prestam a imitação, e, portanto é necessário estar prevenido contra o embuste. 

Esclarece-nos Erasto, no L.M, Cap. V item “O fenômeno de transporte” que: esse fenômeno exige sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que só podem ser obtidos com médiuns muito bem dotados. Assim como nas manifestações físicas o Espírito combina seu próprio fluido com o fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto. 

Bibliografia: KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: cap. IV e V KARDEC, Allan. Revista Espírita: maio e junho de 1858 (Teoria das Manifestações Físicas); agosto 1858 (O caso de Noyers)  
Parte B - AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS 

Ensina Paulo (I Epístola aos Coríntios, Cap. 12, versículo 7) que “cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”. Na seara espírita, a maioria inquieta-se pelo desenvolvimento imediato das faculdades mediúnicas. Todavia, a mediunidade não se resume em manifestações exteriores, e sim no aprimoramento interior de cada ser, por meio do conhecimento e do amor, as duas coordenadas que possibilitam a efetiva evolução, até a condição suprema do Espírito puro. Também não há que buscar destaque em nenhuma das diferentes espécies de mediunidade, querendo o médium, por exemplo, ser um grande vidente ou um grande psicógrafo, pois isso seria fruto do orgulho e da vaidade, vícios morais que, antes de tudo, devem ser combatidos pelo verdadeiro aprendiz. O que se deve buscar, constantemente, é o progresso espiritual, resultante do esforço e do trabalho de cada um. Todos os homens possuem mediunidade em maior ou menor grau, nas mais variadas posições evolutivas, e seu desenvolvimento não deve ser precipitado, mas sim, acompanhado pela educação, trabalho fraterno e da boa vontade do aprendiz. 

A espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas São conduzidas em conjunto com os mentores do plano espiritual. Não existe um tipo de mediunidade mais importante que o outro. E importante que o médium, com a faculdade definida, se conscientize com o Espírito de responsabilidade de sua tarefa, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que sua tarefa não se tome improdutiva, necessária a evangelização de si mesmo, antes de se entregar as grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre como personalismo, em detrimento ao trabalho espiritual. Diz Emmanuel, no livro “O Consolador”, perg. 389: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado dos seus fins, o mau servo toma-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor”. Diz ainda o Benfeitor Espiritual na mesma obra, na perg. 392: “O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação”. Emmanuel também destaca que o apostolado mediúnico é repleto de dificuldades: “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres a luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos. Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa vontade, com o melhor esforço de auto educação, a claridade do Evangelho. O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias a expansão da Doutrina, mas no próprio seio das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se convencer ao Evangelho pelo coração” (O Consolador - perg. 410). Portanto o mediunato, não se resume apenas no exercício puro e simples das mais diferentes faculdades, porque exige, antes de tudo, o trabalho e o sacrifício, com amor, na sublime tarefa de vivenciar Jesus. 

Bibliografia: Bíblia de Jerusalém: Novo Testamento, Paulo (I Coríntios, Cap. 12:7) XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). O Consolador: perg. 389, 392, 410 XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Caminho, Verdade e Vida: itens 100 e 136 

Questões para reflexão: 
1) Faça a diferença entre manifestações espontâneas e manifestações provocadas. 
2) Discorra sobre o fenômeno de transporte e diga em que ele difere dos outros fenômenos. 
3) Interprete o ensinamento de Paulo aos Coríntios: “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”. 
4) Comente a afirmação de Emmanuel na pergunta 389 de O Consolador: “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho”.  

Parte C - DPM - CONCENTRAÇÃO, 1ª, 2ª E 3ª FASES 

Para que possamos perceber cada fase é necessário exercitarmos várias vezes, dando-nos confiança e segurança na realização da tarefa. Nesta aula o dirigente da prática retoma as explicações anteriores sobre a concentração e as três primeiras fases do PACEM: Percepção de Fluidos, Aproximação e Contato. 

CONCENTRAR: -Fazer convergir para um centro; -fixar o pensamento num ponto definido -fechar a mente para o exterior -abrir a mente para o mundo interior 

PERCEPÇÃO DE FLUIDOS / APROXIMAÇÃO – Vide aulas anteriores -Nesta fase, O Benfeitor atua diretamente nos Centros de Força, nos Plexos, nos Pontos Sensíveis, levando o médium a sentir a manifestação de sua faculdade mediúnica. -É necessário ao médium o estudo constante da Doutrina dos Espíritos, Evangelização e a prática do Evangelho Vamos reforçar o exercício repassando todas as fases anteriores. O dirigente da prática pede aos Benfeitores Espirituais que intensifiquem sua atuação em cada fase sobre os médiuns. 

# Ao fazermos várias vezes a mesma atividade, adquirimos a prática necessária para a tarefa desejada #  

FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO 

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