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Esse blog tem por objetivo a difusão primeira do ESPIRITISMO, fundamentada nos princípios básicos da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.

23/10/2017

PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA - colaboração:: Ivonete Silva

  1. ·        Existência de Deus como criador do Universo
  2. ·        A sobrevivência e a individualidade do Espírito.
  3. ·        As vidas sucessivas através da reencarnação.
  4. ·        A justiça divina, expressa na Lei de Causa e Efeito.
  5. ·        O livre-arbítrio, como expressão de liberdade individual.
  6. ·        O intercâmbio entre o mundo físico e o extra físico.
  7. ·        A pluralidade dos mundos habitados, representando a humanidade cósmica

  
1.      A Existência de Deus como criador do universo:

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
(O Livro dos Espíritos, questão 1).

O Livro dos Espíritos nos informa que Deus é a “inteligência suprema, a causa primária de todas as coisas”, o que nos leva a examinar o que seja inteligência,  que seja causa.

Sabemos que o Espírito constitui o princípio inteligente do Universo, mas que sua natureza íntima ainda nos é desconhecida (Questão 23 de “O Livro dos Espíritos”). A inteligência, atributo essencial do espírito, é a capacidade de resolver problemas novos por meio do pensamento, é a capacidade de adaptação a situações novas.

A noção da causa também é importante para conceituar o Criador, na medida em que isso é possível. Causa é um conceito filosófico importante e se define com tudo quanto concorre para que outra coisa exista.

Como a existência de todas as coisas e seres se deve a Deus, diz que Ele é a causa primária, principal, eficiente, de que dependem todas as outras causas.

2.      A sobrevivência e a individualidade do Espírito:

 Há no homem um princípio inteligente que se chama Alma ou ESPÍRITO, independente da matéria e que lhe dá o senso moral da faculdade de pensar.

Se o pensamento é uma propriedade da matéria, ver-se-ia a matéria bruta pensar, entretanto, jamais se viu a matéria inerte dotada de faculdades intelectuais.

Quando o corpo está morto ele não pensa mais, é necessário disso concluir que a alma é independente da matéria, e que os órgãos não são senão instrumentos com a ajuda dos quais o homem manifesta o seu pensamento.

A existência da alma está provada pelos atos inteligentes do homem, que devem ter uma causa inteligente e não uma causa inerte.

A sua independência da matéria está demonstrada de maneira patente pelos fenômenos espíritas que se mostram agindo por si mesma, e sobremaneira, pela Experiência de seu isolamento durante a vida, o que lhe permite se manifestar, pensar e agir na ausência do corpo.

A sobrevivência da alma depois da morte está provada, de maneira irrecusável e de alguma sorte palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade está demonstrada pelo caráter e pelas qualidades próprias de cada uma; essas qualidades, distinguindo as almas umas das outras, constituem a sua personalidade; se elas estivessem confundidas num todo comum, não teriam senão qualidades uniformes.

O Espírito é um ser limitado e circunscrito, ao qual só falta ser visível e palpável, para se assemelhar aos seres humanos. O Espírito é dotado de inteligência, tem vida própria e é imortal. Utiliza-se da matéria para progredir moral e intelectualmente, impulsionando a sua evolução ruma à perfeição possível.

 3. As vidas sucessivas através da reencarnação:

A reencarnação não foi inventada pelo Espiritismo. Ela consta nos princípios de diversas religiões orientais desde a mais remota antiguidade.

Conhecida como Palingenesia (palin, de novo, gênesis nascimento entre os povos da Antiguidade, a Reencarnação significa o retornar do Espírito ao corpo tantas vezes quantas se tornem necessário para o auto-burilamento, libertando-se das paixões e adquirindo experiências superiores, sublimando as expressões do instinto ao mesmo tempo em que se desenvolve a inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição. É o renascimento no corpo físico.

A pluralidade das existências é, pois, necessária ao aprimoramento das qualidades do ser imortal e para o bem entender a justiça de Deus. Só pelas múltiplas oportunidades de vida poderemos compreender o amor do Criador por suas criaturas. Ele permite o aprendizado na carne para a conquista da verdadeira morada, a vida espiritual, através do esforço de cada um em vencer suas más tendências para atingir a plenitude, a perfeição.

“Somente a reencarnação pode dizer ao homem de onde ele vem, para onde vai, por que se encontra na Terra, e justificar todas as anomalias e todas as injustiças aparentes da vida”. (Allan Kardec)

4.      A justiça divina, expressa na Lei de Causa e Efeito

“A cada será dado segundo as suas obras”. Jesus (Mateus, 17:27)

A Lei de Causa e Efeito é a lei divina pela qual a cada ato do ser corresponde um efeito, um estado, uma obra. O Espírito tem a liberdade de ação. Pode agir corretamente, ou seja, de acordo com a lei divina, produzindo, como resultado, o seu progresso e, consequentemente, felicidade, satisfação. E pode agir de maneira contrária à lei divina. Como resultado, experimentará a frustração, o sofrimento, até compreender a lei de melhor modo. (SILVEIRA, José Argemiro da Justiça Divina. Jornal Verdade e Luz no. 193 fev/2002.

O homem é um espírito criado simples e ignorante, destinado a alcançar por seu próprio esforço, a plenitude, a perfeição, a felicidade. Deus criou a todos iguais, sem privilégios para ninguém, e dotou o homem do livre-arbítrio para que cada um possa caminhar com inteira liberdade de ação e aprender com o próprio erro. Estabeleceu normas e bases corretas, e uma lei de reajuste automático, denominada Lei de Causa e Efeito.

A Lei de Causa e Efeito (também chamada de Ação e Reação) é complemento necessário à Lei de Justiça, de Amor e de Caridade. Por ela o homem vai se depurando, evoluindo, corrigindo erros, até conseguir, mercê de seu próprio esforço, alcançar a perfeição e a consequente felicidade.

Deus nos criou para a felicidade, não para o sofrimento. É um erro supor que a Terra será sempre um vale de lágrimas. Ela, hoje, ainda planeta de expiação e de provas, abriga em seu seio espíritos imperfeitos, e a situação caótica do mundo nada mais é que a colheita coletiva que estamos fazendo dos atos repletos de egoísmo e de desamor, ao longo de nossa caminhada pela fileira das reencarnações. Chegaremos um dia que mudaremos o planeta colocando em nossos corações o Evangelho de Jesus  e a Terra será um planeta habitável, fraterno, saudável e feliz. Somos os construtores de nosso destino.

“A vida é um projeto ‘faça você mesmo’”.

5.      O livre-arbítrio, como expressão de liberdade individual.

Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica indissociável do ser inteligente: o livre arbítrio.

A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico e religioso.
O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto do ponto de vista espiritual como material.

O espírito reencarna se submete a algumas condições pelo fato de estar na Terra o que afeta o exercício do livre-arbítrio, interferindo também na alimentação, no sono, no envelhecimento, nas limitações do físico, na visão, na audição, nas formas de comunicação, nas condições do meio ambiente, entre outras.

Dentre os conceitos fundamentais que compõem o núcleo do Espiritismo, o livre-arbítrio é o aspecto da lei maior que sustenta a evolução do universo inteligente.
Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento e responsável na medida de seu entendimento. (Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas, Livre-Arbítrio).

6. O intercâmbio ente o mundo físico e o extrafísico

Todos somos Espíritos vivendo em planos diferentes da vida e estamos mergulhados na atmosfera fluídica que nos rodeia e seve de elemento de contato. Portanto, podemos nos comunicar com o mundo espiritual frequentemente, seja através da mediunidade ostensiva consciente, dos fenômenos inconscientes, das preces ou intuições que recebemos constantemente do mundo espiritual.

Pelos órgãos e faculdades mentais mantemos contato constante com o mundo espiritual, sobre o qual também atuamos. Desta maneiram todas as pessoas recebem a influência dos espíritos. A maioria nem percebe esse intercâmbio oculto, em seu mundo íntimo, na forma de Pensamentos, estados de alma, impulsos, pressentimentos e outros.

7. Pluralidade dos mundos habitados, representando a humanidade cósmica.
                             
                        Os globos que se movem no espaço são habitados?
Sim, e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. (O Livro dos Espíritos, cap. 3, quest. 55)

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI – Capítulo III do Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec -  Itens 1 e 2 :

“Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar (São João, 14: 1 a 3).
                                                                                                                              
A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos espíritos.

A tese da pluralidade dos mundo habitados leva-nos imediatamente ao conceito de solidariedade cósmica. Na pergunta  176 do Livro dos Espíritos encontramos a afirmação de que: “todos os mundos são solidários”. Esta solidariedade se traduz pelo intercâmbio reencarnatório. 

Os espíritos mudam de globos, de acordo com as necessidades ou conveniência de seu processo evolutivo. Essas migrações, entretanto, não são feitas ao acaso, mas, segundo as leis universais da evolução. Cada mundo se encontra num determinado grau de aperfeiçoamento. Suas portas serão franqueadas aos espíritos, na proporção em que estes vão, por sua vez, atingindo graus superiores em sua evolução pessoal. 

Como os homens nas relações internacionais, espíritos superiores pode reencarnar-se em mundos inferiores, cumprindo missões civilizadoras. Da mesma maneira, espíritos de mundos inferiores podem estagiar em mundos superiores se estiverem em condições para isso, e voltar aos seus globos, para ajuda-los a melhorar.

DESTINAÇÃO DA TERRA – Os Espíritos explicam, no capítulo terceiro  do Evangelho Segundo o Espiritismo: “A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores é antes relativa que absoluta. Um mundo é inferior ou superior em relação ao que está abaixo ou acima dele, na escala progressiva”. A medida cósmica é a evolução. “Embaixo” e “em cima” são expressões graduais e não locais.

A Terra já foi um mundo inferior, quando habitado pela humanidade primitiva que nela se desenvolveu. O seu progresso foi ainda incentivado por migrações de espíritos, realizadas em massa, no momento em que um mundo distante conseguiu subir na escala dos mundos. Seus “resíduos evolutivos” foram então transferidos para o nosso planeta. Criaturas superiores aos habitantes terrenos, exilados na Terra, deram-lhe extraordinário impulso evolutivo. Assim, ela passou de mundo primitivo para a categoria de mundo de expiações e provas. (O espírito e o tempo - João Herculano Pires).

Essa é a condição atual da Terra. Mas é, também, a condição que ela está prestes a deixar, a fim de elevar-se à categoria de mundo de Regeneração. Vejamos, porém, como explicar o nosso estágio atual.

Ensina O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo citado: “A superioridade da inteligência de um grande número de habitantes indica que ela não é um mundo primitivo destinado à reencarnação de Espíritos ainda saídos da mão do Criador. As qualidades inatas que eles revelam são a prova de que já viveram, e de que realizaram algum progresso. Mas, também os numerosos vícios a que se inclinam são o  índice de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou numa terra ingrata, para aí expiarem as suas faltas, através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que mereçam passar para um mundo mais feliz”.

Representamos uma mistura de exilados e população aborígene. Os antigos habitantes do mundo primitivo convivem com os imigrantes civilizadores. Mas, estes mesmos civilizadores ainda são bastante imperfeitos, e realizam a sua missão expiando as faltas cometidas em outros mundos. A explicação prossegue: “A terra nos oferece, portanto, um dos tipos de mundos expiatórios, de que  as variações são infinitas mas, que tem por caráter comum o de servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à Lei de Deus. Nesses mundos, os Espíritos tem de lutar ao mesmo tempo com a perversidade dos homens e contra a inclemência da natureza, duplo e penoso trabalho, que desenvolve simultaneamente as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, na sua infinita bondade, transforma o próprio castigo em proveitoso progresso de Espírito”. (João Herculano Pires. – O Espírito e o Tempo, cap. 15).

Bibliografia:
Material extraído do Módulo 01 – Desenvolvimento doutrinário – Escola de Médiuns – Casa da caridade Irmã Elisabete.
Material utilizado no ECDE na CCIE -  Participe você pode aprender interagindo para o seu crescimento evolutivo.
Colaboração: Ivonete Silva.









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