Sabemos que os Espíritos estão revestidos de um envoltório vaporoso, formando neles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, cujos elementos são hauridos no fluído universal ou cósmico, principio de todas as coisas.
Quando o Espírito se une ao corpo, nele existe com seu perispírito, que serve de laço entre o Espírito propriamente dito e a matéria corpórea; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. “O Espírito encarnado é a alma do corpo; quando o deixa pela morte, não sai desprovido de qualquer envoltório. Todos eles nos dizem que conservam a forma humana, e, com efeito, quando nos aparecem, “é sob essa forma que os reconhecemos” (L.M, 2ª parte, Cap. I, item 53).
Qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou seja, o perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se purifica e se eleva na hierarquia espiritual. Ao desencarnar, o Espírito não tem consciência imediata de sua atuação. A perturbação que sente varia de intensidade conforme o tipo devida que eleva quando encarnado.A1guns têm por pouco tempo a ilusão de ainda estarem vivos.
“Os Espíritos têm influência sobre nossos pensamentos e ações? Em relação a isso, a sua influência é bem maior do que imaginam, porque muitas vezes são eles que os dirigem.” (L.E. perg. 459).
Um Espírito quer agir sobre um individuo; aproxima-se dele e o envolve, envolve seu perispírito como um casaco; os fluidos se penetram, os dois pensamentos e as duas vontades se confundem, e o Espírito pode então, se servir desse corpo como do seu próprio, fazê-lo agir segundo a sua vontade, falar, escrever, desenhar etc.; tais são os médiuns.
Se o Espírito é bom, sua ação é branda, benfazeja, que não leva a fazer senão boas coisas; se ele é mau, leva a fazer coisas mas, se é perverso, o aperta como uma rede, paralisa até sua vontade, mesmo seu julgamento que ele abafa sob seu fluido como se abafa o fogo sob uma camada de ar; fá-lo pensar, falar, agir por si, leva-0 a atos extravagantes ou ridículos; em uma palavra, magnetiza-o, imobiliza-o moralmente, e o individuo se toma um instrumento cego de sua vontade. Tal é a causa da obsessão, da fascinação e da subjugação, que se mostram em graus de diversas intensidades.
A ação dos Espíritos maus produz uma série de perturbações na economia moral e mesmo física que, por ignorância da causa verdadeira, se atribuíam a causas errôneas. Os maus Espíritos são os inimigos invisíveis, tanto mais perigoso quanto não se supunha sua ação. O Espiritismo, pondo-os a descoberto, vem revelar uma nova causa acertos males da Humanidade; conhecida a causa, não se procurara mais combater o mal por meios que doravante, se sabe inúteis, procurar-se-ão os mais eficazes.
Ora o que foi que fez descobrir essa causa? A mediunidade; foi pela mediunidade que esses inimigos ocultos traíram sua presença; ela fez para eles o que o microscópio fez para os infinitamente pequenos: revelou todo um mundo.
“O perispírito, se distende ou se contrai, se transforma, em uma palavra: presta-se a todas as modificações, Segundo a vontade que o dirige. É, graças a essas propriedades do seu invólucro que o Espírito pode fazer-se reconhecer, quando necessário, tomando exatamente a aparência que tinha na vida Física, e ate mesmo, com os defeitos que possam servir de sinais para o reconhecimento” (L.M, 2° parte, Cap. 1, item 56).
Dessa forma podemos entender por que o Espírito necessita de matéria para atuar sobre a matéria, ação essa que é feita por meio do envolvimento fluídico.
É pelo impulso de sua vontade e pelos conhecimentos adquiridos nas existências sucessivas que o Espírito age sobre a matéria. Nestes fenômenos, a causa preponderante é o Espírito, e os fluídos, seu instrumento.
Diz André Luiz, em “Evolução em dois Mundos”: “Cabe nos assinalar, desse modo, que toda energia, originariamente, é força divina deque nos apropriamos para interpor os nossos propósitos da Criação”. (Cap.1).
A Doutrina Espírita vem assim explicar-nos o motivo das manifestações sobre a matéria, de forma lógica e racional, deixando desaparecer qualquer coisa de sobrenatural, fantástico, maravilhoso, dando lugar à realidade das Leis Naturais, que funcionam naturalmente.
Vejamos, então as principais ações dos Espíritos sobre a matéria no plano dos encarnados: Imprime vitalidade ao corpo, sustentando sua organização como instrumento de ação, em qualquer nível de sua fase evolutiva. Porém, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, é também certo que a matéria animalizada lhe auxilia o desenvolvimento. São exemplos, entre tantos, a absorção e assimilação de fluidos (L.E, livro I, Cap. IV, perg. 63), ou a transmissão de seu fluido vital para outro individuo (L.E, livro I, cap. IV comentário de Kardec à perg. 70).
Irradia as próprias características, em razão da Corrente mental que nasce das profundezas da alma, formando, ao seu redor, um campo aúrico específico, ou túnica de forças eletromagnéticas, pois onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influência recíproca. (André Luiz, em “Nos Domínios da Mediunidade”, Cap. 5).
Cria formas-pensamento ou imagens-modelo ou moldes ao pensar, arrojando-as para fora de si, através d atmosfera psíquica que lhe caracteriza a presença. (André Luiz, em “Mecanismo da Mediunidade”, Cap. 4).
Produz os fenômenos físicos, ou melhor, de Efeitos físicos manipulando os fluidos retirados do médium (L.M, 2ª parte, cap. V item 93).
É necessário lembrar também que os Espíritos superiores não se ocupam em produzir esses efeitos; eles possuem a força moral, e, quando necessitam provocar tais efeitos, se servem dos Espíritos inferiores, como os homens se servem de carregadores.
De acordo com a Doutrina Espírita, como neutralizar a influencia dos maus Espíritos? Trata-se de uma luta contra um adversário; ora quando dois homens lutam corpo a corpo, é o que tem músculos mais fortes que derruba o outro. Com o Espírito é preciso lutar, não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda o mais forte que o domina; aqui a força esta na autoridade que se pode tomar sobre o Espírito, e esta autoridade esta subordinada à superioridade moral.
A superioridade moral é como o Sol, que dissipa o nevoeiro pelo poder de seus raios esforçar por ser bom, tomar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em poucas palavras, elevar-se moralmente o mais possível, tal é o meio de adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores para afastá-los. (L.M,no 252 e 279).
Certas pessoas preferem, sem duvida, uma receita mais fácil para afastar os maus Espíritos: algumas palavras ou alguns sinais, por exemplo, seria mais cômodo do que a necessidade evidente de corrigir de seus defeitos.
Não conhecemos nenhum outro procedimento mais eficaz para vencer um inimigo do que ser mais forte do ele.
É preciso, pois, se persuadir de que não ha, para alcançar esse objetivo, nem palavras sacramentais, nem formulas cabalísticas, nem talismãs, nem quaisquer sinais materiais.
Antes de esperar domar os maus Espíritos, é preciso aprendera domar a si mesmo. De todos os meios de adquirir a forca para isso chegar, o mais eficaz é à vontade secundada pela prece, aprece de coração, entenda-se, e não de palavras repetidas sem fervor.
É preciso lembrarmo-nos da máxima: “Ajuda-te e o Céu de ajudara”; e pedir, sobre tudo, a forca que nos falta para vencer os vícios que são para nos piores que os maus Espíritos, porque são esses hábitos negativos que os atraem, como corrupção atrai as aves de rapina. Orar pelo Espírito obsessor é retribuir-lhe o mal com o bem, e se mostrar melhor que ele, o que é um sinal de superioridade.
Com perseverança acaba-se, o mais frequentemente, por levá-lo a melhores sentimentos, e de perseguidor dele fazer um devedor preparando-se para evoluir.
Bibliografia: KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: 2° parte, Cap. 1, itens 53,55 e 56 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Evolução em Dois Mundos: Cap. I XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XI XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap., 5. KARDEC, Allan. Revista Espírita: dezembro de 1862
Parte B - PENSAMENTO COM ENERGIA MENTAL
A base de toda modificação interior esta na mente da criatura. A mente por sua vez, é o espelho da vida em toda parte. E, necessita apenas, ser lapidada, educada, para que atinja a magnificência da luz. E como um diamante, em estado bruto, para se tomar pedra preciosa, conforme a maneira como o burilamos.
Espelho da vida, a mente, gera a forca do pensamento que movimenta tudo, criando e transformando, destruindo e refazendo, para depurar e sublimar. Isso, porque em todos os domínios do Universo, vibra a influência recíproca.
Assim o reflexo mental de cada ser reside no alicerce da vida. Esse reflexo mental delineia a emotividade; esta plasma a ideia; a ideia determina a atitude; a atitude e a palavra dirige ações, que geram manifestações, que, por sua vez, são válvulas destruidoras ou alavancas positivas da existência.
Então, o que é o pensamento? - É a faculdade de pensar logicamente, refletir; forca criadora, construtora, que molda a matéria, organizando formas abstratas ou concretas, que, juntamente com a vontade, são elementos plásticos e organizadores. A vontade é a faculdade de querer, desejar, ter intenção, firmeza de animo, decisão, coragem, etc..
“Pensar é criar” (Emmanuel, Pão Nosso, cap. 15). Toda criatura possui energia obediente a sua vontade, que, ligada o seu potencial imaginativo, atua exteriormente, influenciando outras criaturas e ambientes distantes. As imagens servem, então, como matéria-prima de todas as criações intelectuais.
A abstração, a comparação e a imaginação, são faculdades superiores da inteligência, onde se encontram todas as invenções, todas as descobertas, todas as inspirações, todas as criações da humanidade; são forças ideoplásticas que, como fenômeno psicológico do ser, podem se transformar em fenômeno físico. Assim, é que todas as obras humanas são resultantes do pensamento.
“Somos levados a emitir o postulado da existência de uma Inteligência Suprema e a considerar o Universo como expressão do pensamento divino, sustentado perpetuamente por sua divina vontade” (Prof. Willian Barret, em Pensamento e Vontade de Ernesto Bozzano).
Quando colocamos o Evangelho como guia, ele nos ajudara na nossa renovação interior, fazendo com que nos transformemos interna e integralmente, aproximando-nos do Criador. Para isso se faz necessário reeducarmos o nosso pensar. Mesmo sendo tarefa delicada, é possível sabermos renunciar, vigiar, dominamos nosso sentir e pensar, modificar nosso jeito de falar e de agir, para podermos vencer criações mentais viciosas, para afastarmos as sombras do nosso cotidiano, e a nossa preguiça mental.
A Doutrina Espírita veio desvendar o processo da nossa libertação mental de pensar, para vivermos melhor e amplamente. Dai a importância do pensamento do médium, para que continue equilibrado em 'tudo que empreender; porque o médium com pensamentos indignos, como a crítica, a inveja, o ciúme, a vã curiosidade, a maledicência, etc., é um ser invigilante que certamente, trará desequilíbrio para si e para o ambiente onde vive ou trabalha.
Jesus nos disse: “Orai e vigiai”, somente assim não seremos vitimas da nossa própria imprudência mental. Ainda podemos afirmar que: “O amor é luz benfazeja na vida do médium responsável e atento no exercício das tarefas que lhe cabem, e de assistência espiritual que exerce”.
Bibliografia: KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos: perg. 456, 833 a 837 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Pensamento e Vida: Cap. 1 XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Pão Nosso: Cap. 15 e 66 BOZZANO, Ernesto. Pensamento e Vontade KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: 2ª parte. Cap. VIII KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV itens 13 a 15 PERALVA, Martins - Mediunidade e Evolução - n° 34 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Caps. III e XI
Questões para reflexão:
1) Explique como o Espírito age sobre a matéria.
2) Descreva como os Espíritos conseguem movimentar objetos.
3) Interprete o termo: “A mente por sua vez é o espelho da vida”.
4) Explique o significado da Base de Jesus: “Orais e Vigiai”.
Parte C - DPM - MÉTODO DAS CINCO FASES – TERCEIRA FASE: CONTATO
Nesta fase é trabalhada a sensibilidade de cada aluno. Os Benfeitores Espirituais, próximos que estão dos médiuns, estabelecem contato com os mesmos através:
1º. – Pontos de Sensibilidade – localizados no corpo físico, já conhecidos pelo médium, que foram estudados na primeira fase, a ser sentido de uma forma mais acentuada e localizada que na percepção de fluidos.
2º. – Plexos – localizados no corpo físico, o médium sentirá manifestações reflexas como repuxamentos ou tremores, na área enervada pelos nervos ligados àquele plexo.
3º. – Centros de Força – localizados no perispírito, o médium sentirá uma leve manifestação de sua mediunidade.
Nesta fase, pela sensibilidade mediúnica do médium, os Benfeitores Espirituais, às vezes, necessitam ajustar a faixa vibratória de seus próprios perispíritos a fim de serem sentidos. Esse contato geralmente pode ser efetuado pelas mãos, ou em uma maior área.
O objetivo do processo é dotar o médium de autocontrole, e perceber que os contatos, na vida prática, quando pesados ou impuros, acarretam perturbações espirituais e orgânicas, permitindo-lhe pelo conhecimento do processo defender-se deles, com o auxilio da prece, e a sua renovação interior no seu dia a dia. E quando leve e sutil, nos traz bem estar e sensação de completude.
O dirigente da classe inicia o trabalho desde a concentração, pedindo aos Benfeitores que acentuem a sua ação no médium na fase do contato para que os médiuns possam perceber esta ação.
# Quanto maior a sensibilidade, maior será a percepção do contato espiritual #
FEESP - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA – 1º. ANO
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